Ismail Haniyeh
Reprodução/Governo da Rússia
Ismail Haniyeh


Na noite desta terça-feira (30), Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, foi assassinado em Teerã, na capital do Irã. O líder, que tinha 62 anos, comandava a articulação política do Hamas do exílio no Catar. Central nas negociações e tentativas de diplomacia de alto risco do grupo, Haniyeh teve participações nas negociações do acordo de cessar-fogo com Israel.

Nascido em 1962 no campo de refugiados de Shati, ao norte de Gaza, Haniyeh era filho de pais palestinos. Ele estudou em escolas importantes, como a da agência das Nações Unidas para palestinos, URNWA, e fez faculdade de literatura árabe na Universidade Islâmica de Gaza.

O líder ligado ao Hamas cumpriu diversas sentenças nas décadas de 1980 e 1990, após ser preso pelo exército israelense.

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Ismail Haniyeh Reprodução: governo da Rússia
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Ligação com o Hamas

Ismail Haniyeh foi apontado como líder do Hamas em Gaza em 2006. Naquele ano, ele ocupou brevemente o cargo de primeiro-ministro em um governo de coalizão palestino, que se desintegrou após meses de tensões que incluíram confrontos armados entre facções palestinas.

A dissolução deste governo foi em parte atribuída à recusa do Hamas em aceitar as condições internacionais para reconhecimento, como renunciar à violência, reconhecer a existência de Israel e aceitar os acordos firmados entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina.

Israel rapidamente impôs sanções e restrições à Faixa de Gaza, assim como o Egito. Quando foguetes lançados de Gaza atingiram Israel em 2008, Israel intensificou o bloqueio à região. O Hamas manteve o controle de Gaza, lançou milhares de foguetes contra Israel, sobreviveu a várias guerras com o exército israelense e continuou a aumentar sua força militar.

Em 2017, Haniyeh foi designado líder sênior do Hamas, em um período em que o grupo tentava melhorar sua imagem pública e aumentar sua influência entre os palestinos e no cenário internacional.

Em maio, o promotor do Tribunal Penal Internacional anunciou a intenção de emitir um mandado de prisão para Haniyeh, acusando-o, juntamente com outros líderes do Hamas, de crimes de guerra e crimes contra a humanidade relacionados ao ataque de 7 de outubro em Israel, incluindo "extermínio, assassinato, tomada de reféns, estupro e agressão sexual em detenção."

Em junho, o Hamas declarou que a irmã de Haniyeh e sua família foram mortas em um ataque do exército israelense à casa da família Haniyeh em Gaza, uma alegação não confirmada pelo exército. Em abril, três dos 13 filhos de Haniyeh foram mortos por forças israelenses em outra operação militar em Gaza.

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