Com a chegada do furacão Milton , que atingiu novamente a categoria 5 , muitos moradores da costa oeste da Flórida ( EUA ) foram forçados a deixar as suas casas.
A tempestade, que deve chegar à costa na noite de quarta-feira (9), ameaça áreas densamente povoadas, incluindo Tampa , Sarasota e Fort Myers.
A influenciadora digital Isabella Saldini, de 23 anos, está vivendo a experiência de seu primeiro furacão nos Estados Unidos, após três anos morando no país.
Ela mora na cidade Clearwater , uma península que fica a 30 minutos de carro de Tampa . Ela comenta que, para se proteger, Isabella e seu marido decidiram deixar o local e ir para Orlando , enfrentando um trânsito de cinco horas – em situação normal, o tempo de viagem seria de uma hora e quarenta minutos.
"Foi um susto muito grande. O furacão, que inicialmente seria apenas uma tempestade tropical, se transformou rapidamente em um fenômeno de categoria 4. Ficamos com muito medo, porque tudo é muito incerto", conta Isabella.
Natural de Ribeirão Preto , interior de São Paulo , Isabella também é estudante de UX/UI design e se mudou para os Estados Unidos para fazer intercâmbio.
“Clearwater é uma península, então tem água por todos os lados. A gente só consegue chegar em uma cidade através de ponte. Há 12 dias, a gente teve uma tempestade tropical que fez a ponte ficar fechada por dois dias. Então, dependendo da intensidade do furacão, a gente não sabe como vai estar a nossa cidade e quando a gente vai voltar”, relata.
“É frustrante”
Apesar de não estarem em uma zona de evacuação obrigatória, Isabella e o marido optaram por sair da cidade com medo dos estragos da tempestade e de ficarem sem água, energia e outros recursos essenciais.
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“Se não tem energia, a gente não pode fazer comida, porque o fogão é elétrico, e não podemos usar o ar condicionado. Aqui na Flórida é extremamente quente. A cidade vai ficar alagada por conta da maré. É frustrante dizer como o local vai estar e como vai ser a nossa vida”, explica.
Em seu perfil do Instagram (@agarotadaflorida), Isabella compartilha experiências com seus quase 50 mil seguidores sobre a vida na Flórida.
Ela e o marido moravam em Washington, mas decidiram se mudar para Clearwater em fevereiro.
"É o meu primeiro furacão. Eu e meu marido acabamos de nos mudar, mas é algo que nos faz pensar se queremos passar por isso todo ano. Hoje é só eu e meu marido, mas e se a gente tivesse um filho? A gente teria que evacuar? E meu filho? Seria muita responsabilidade", comenta Isabella.
Além dos desafios de evacuar a cidade, Isabella comenta a realidade difícil para muitas famílias que perdem tudo após os desastres.
"Muitas pessoas não conseguem pagar pelo seguro e podem perder tudo. E com os carros elétricos, há ainda o risco de incêndio quando entram em contato com água salgada. É realmente um caos", desabafa.
Anúncio para deixar a cidade
O governo local tem monitorado a situação de perto. Jane Castor, prefeita da cidade de Tampa, na Flórida (EUA), fez um alerta aos moradores que optarem por ficar em zonas de evacuação enquanto o furacão Milton, que já chegou na categoria máxima, e avança em direção à costa oeste do estado.
Isabella e seu marido evacuaram dois dias antes da chegada do furacão e chegaram na última segunda (7) em Orlando. Ela pontua, porém, que algumas pessoas não têm para onde ir.
"O furacão não acontece de um dia para o outro, então o governo vai fazer esse monitoramento. Mas quem não consegue pagar hotel ou sair da cidade, muitas vezes vai para os abrigos do governo. Alguns aceitam animais, outros não, mas é melhor do que ficar em casa, porque a gente não sabe o que vai acontecer com esse furacão", comenta.
A influenciadora conta que algumas pessoas optaram por ficar na cidade, porém, todos precisam fazer alguns preparativos, como estocar comida e água.
“Tem muito medo e muita insegurança. Os preparativos de ficar e de sair são completamente diferentes. Se você ficar, você precisa comprar comida enlatada, ter um estoque gigante de água. Tem pessoas que enchem a banheira de água para tomar banho, lavar louça, dar descarga ou escovar o dente”, explica.
Isabella resume que os sentimentos de quem vive na região são de “medo” e muita “insegurança” para quem vive na região.
"Eu espero que não aconteça nada neste furacão, mas é uma grande preocupação de todos. Um grande medo. Não sabemos quando vamos voltar a trabalhar e como a nossa cidade vai estar quando a gente voltar".
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