As Forças Armadas de Israel
(FDI) emitiram um ultimato nesta terça-feira (1º) para que residentes de cerca de 30 localidades no sul do Líbano
abandonem suas casas e se desloquem para o norte do país. A medida faz parte do início de uma operação militar terrestre
na madrugada de terça (noite de segunda-feira no Brasil). Essa operação, considerada "limitada"
pelas autoridades israelenses, marca a primeira invasão
terrestre contra o Líbano desde 2006.
O Exército de Israel informou que uma divisão militar, normalmente composta por mais de 10 mil soldados, foi mobilizada para realizar "ataques limitados, localizados e direcionados" ao longo da fronteira. Embora não esteja claro quantas tropas cruzaram a fronteira, as especulações sobre uma operação mais ampla aumentaram com o recente deslocamento de tropas no norte de Israel.
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"As FDI não querem provocar danos a vocês, e para sua própria segurança, vocês devem sair de suas casas imediatamente. Qualquer um que esteja perto de integrantes, instalações e equipamentos de combate do Hezbollah está colocando sua vida em perigo", afirmou o porta-voz do Exército israelense em língua árabe, Avichay Adraee, na rede social X.
Israel orientou os civis a se dirigirem para o norte do Rio Awali, a cerca de 30 km da fronteira. As localidades afetadas incluem comunidades cristãs onde o controle do Hezbollah é menos intenso.
O Hezbollah, por sua vez, nega a presença de tropas israelenses em solo libanês.
"Todas as alegações sionistas de que as forças de ocupação entraram no Líbano são falsas alegações", disse um porta-voz do Hezbollah. "Ainda não houve nenhum confronto direto entre os combatentes da resistência e as forças de ocupação."
Enquanto isso, a força de paz da ONU, Unifil, também declarou que "não houve nenhuma incursão terrestre até o momento", em resposta às alegações do Exército israelense sobre a operação iniciada.
O objetivo de Israel é eliminar a infraestrutura do Hezbollah, permitindo que os civis deslocados possam retornar para suas casas. A operação já forçou mais de 160 mil pessoas a deixar suas residências em ambos os lados da fronteira.
A situação gerou preocupações internacionais, com a ONU e vários governos expressando apreensão sobre a nova ofensiva israelense. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) destacou a necessidade urgente de US$ 426 milhões para apoiar os civis afetados pela crise.
"Com a violência armada entre Israel e o Hezbollah fervendo, as consequências para os civis já foram terríveis", disse Liz Throssell, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, a repórteres em Genebra. "Tememos que uma invasão terrestre em larga escala por Israel no Líbano só resultaria em maior sofrimento."
Já na Rússia, o Kremlin afirmou ver com preocupação o avanço israelense sobre o Líbano e um novo ataque contra a Síria, que atingiu a capital, Damasco — três civis, incluindo uma jornalista, morrem no ataque, segundo a TV estatal do país.
"Estamos testemunhando juntos que a geografia das hostilidades está se expandindo, o que está desestabilizando ainda mais a região e aumentando as tensões. Essas tensões são destrutivas para a região e as áreas ao redor. Continuamos profundamente preocupados", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov.
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