O ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas foi transferido neste sábado (6) para uma penitenciária de segurança máxima no país depois de ser preso por policiais que invadiram a embaixada do México
em Quito, onde ele estava desde dezembro do ano passado.
Segundo o Serviço Nacional de Atendimento Integral para Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores do Equador, Glas foi transferido para o Centro de Privação de Liberdade nº3 de Guayas, em Guayaquil.
A transferência contou com forte aparato policiail e o apoio das Forças Armadas e da Polícia Nacional do país.
Glas foi condenado a seis anos de prisão por corrupção em um caso envolvendo a Odebrecht, e estava na embaixada do México em Quito desde dezembro do ano passado. Na última sexta-feira, o governo mexicano concedeu asilo político ao ex-vice-presidente equatoriano, que alega sofrer perseguições da Procuradoria-Geral do Equador.
Crise diplomática
Na noite de sexta-feira, policiais equatorianos invadiram a embaixada do México em Quito para prender Glas. A medida foi reprovada pelo governo mexicano, que rompeu relações diplomáticas com o Equador.
Segundo a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, embaixadas, consulados e demais locais de missão de um país dentro de outro são considerados invioláveis. Tanto o Equador quanto o México assinaram a convenção ainda na década de 1960.
Por serem espaços invioláveis, a entrada de agentes nesses locais depende de autorização prévia do chefe da missão estrangeira. Isso significa que a polícia equatoriana precisaria do aval da embaixadora mexicana para prender Glas.
Reação brasileira
Em nota divulgada neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro reprovou a decisão equatoriana e prestou solidariedade ao México. "A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização", diz o texto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi às redes sociais prestar solidariedade ao seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador, a quem chamou de "amigo".
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