As Forças Armadas de Israel lançaram nesta terça-feira (10) uma nova série de ataques em larga escala contra o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza, no quarto dia de um conflito que já deixou quase 2 mil mortos.
O Exército israelense promove uma estratégia de "cerco total" contra Gaza e prometeu encerrar o longo domínio do Hamas sobre o território. "Os últimos dias nos mostraram que não temos escolha: devemos pôr fim ao comando do Hamas em Gaza e às suas capacidades militares", disse o embaixador do país em Roma, Alon Bar.
Israel também pediu que os cerca de 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza fujam para o Egito, após ter bombardeado aproximadamente 200 alvos do Hamas e da Jihad Islâmica na madrugada.
A nova escalada de violência foi deflagrada no último sábado (7), quando o Hamas promoveu uma incursão sem precedentes em Israel, deixando pelo menos 900 mortos.
O país judeu estima que até 150 pessoas ainda sejam mantidas como reféns pelo grupo fundamentalista.
O objetivo do Hamas seria negociar uma troca de prisioneiros, mas o movimento afirmou que não fará qualquer discussão sobre o destino dos reféns enquanto durar a campanha militar israelense.
Já o Ministério da Saúde de Gaza reporta pelo menos 704 mortos em ataques israelenses, incluindo 143 crianças e 105 mulheres, e 4 mil feridos.
Quase 140 mil palestinos estão abrigados em escolas administradas pela Organização das Nações Unidas (ONU), cuja agência de Direitos Humanos alertou que a política de "cerco total" praticada por Israel, impedindo o acesso de civis a água potável e alimentos, é proibida por leis internacionais.
"O direito humanitário internacional é claro: a obrigação de tomar cuidado constante para poupar a população civil e os bens civis continua em vigor durante os ataques", disse o chefe do escritório, Volker Turk, em um comunicado.
Evacuação - Enquanto o conflito se agrava, países do mundo todo se mobilizam para evacuar seus cidadãos da região.
Na Itália, dois aviões pousaram em uma base militar nos arredores de Roma com cerca de 200 pessoas, enquanto outras 200 devem chegar à capital até o fim desta terça-feira.
A missão é organizada pela unidade de crise do Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Defesa.