Cerca de 1.500 soldados entraram na penitenciária de Guayaquil, no sudoeste do Equador, para retomar o controle do presídio nesta terça-feira (25). O local vem sendo palco de massacres carcerários desde o último sábado, causando um rastro de mortos e feridos.
Até o momento, está confirmado o falecimento de 18 privados de liberdade durante os enfrentamentos registrados desde o último sábado na Penitenciária do Litoral, em Guayaquil. Além disso, 11 pessoas (incluindo um policial) ficaram feridas", disse a Procuradoria Geral do Estado do Equador
por meio do Twitter.
A violência é causada pela ação de gangues que operam de dentro das unidades prisionais do sistema carcerário equatoriano, numa disputa sangrenta pelo controle do tráfico de drogas no país, que fica entre a Colômbia e o Peru, dois dos países com maior produção de cocaína em todo o mundo.
Diante da declaração de estado de exceção - com 60 dias de duração - em todo o sistema penitenciário, as forças armadas
entraram na unidade prisional Guayas 1 durante a madrugada para “restabelecer o controle nesta penitenciária, mediante operações militares para controlar armas, munições e explosivos, assim como a apreensão de itens não autorizados dentro da prisão", destacou o Comando Conjunto das Forças Armadas em um comunicado oficial.
Desde fevereiro de 2021, há relatos de pelo menos 10 massacres carcerários no país, totalizando 420 presos mortos, alguns deles com requintes de crueldade, envolvendo decapitações e cremação dos corpos.
"A missão é conseguir restaurar a ordem neste centro penitenciário para precaver a vida, a saúde e a segurança das pessoas privadas de liberdade", declarou, fora da prisão, o comandante-geral das Forças Armadas, Nelson Proaño. Ele também disse que o barulho na área da prisão se deve a "explosões realizadas por grupos de elite das Forças Armadas, exatamente para conseguirem tomar o controle das entradas". Um soldado acabou ferido por um estilhaço.