Empresa está congelando as pessoas na esperança de revivê-las no futuro
Reprodução / Metro UK - 13.10.2022
Empresa está congelando as pessoas na esperança de revivê-las no futuro

Uma empresa no Arizona , nos Estados Unidos , congelou 199 corpos de pessoas que autorizaram colocá-las dentro de tanques cheios de nitrogênio líquido na esperança de revivê-las no futuro. Muitos dos pacientes — como são chamados pela companhia — são pessoas que estavam em estado terminal de câncer ou outras doenças sem cura.

De acordo com a Alcor Life Extension Foundation, a pessoa mais jovem a ser congelada  criogenicamente foi Matheryn Naovaratpong. 

"Uma garotinha da Tailândia que teve  câncer no cérebro. Seus pais eram médicos e ela fez várias cirurgias e nada funcionou, infelizmente. Então eles nos contataram", explicou o ex-CEO da empresa, Max More, ao  Metro UK .

Outro caso de congelamento é o de Hal Finney, que faleceu por esclerose lateral amiotrófica (ELA). Ele era muito conhecido no ramo das criptomoedas, por ser o destinatário da primeira transação em Bitcoin .

More disse ver o método como uma extensão da  medicina de emergência. "Chegamos ao estágio em que os médicos de hoje desistiram. A medicina e a tecnologia de hoje não são suficientes para mantê-lo. Mas estamos dizendo que em vez de apenas descartar o paciente, dê para nós", afirmou.

"Vamos estabilizá-los, impedí-los de piorar e mantê-los pelo tempo que for necessário para que a tecnologia os alcance e permita que eles voltem à vida e continuem vivendo", acrescentou.

A esposa de Max More, Natasha Vita-More, também faz parte do time da Alcor e está inscrita para ser 'neurossuspensa', ou seja, apenas seu cérebro vai ser criopreservado.

De acordo com ela, no melhor cenário, os pacientes que foram congelados se encontrarão no futuro com outros membros da família ou animais de estimação que também foram preservados. "E o destino seria o futuro onde uma pessoa que teve câncer, ELA ou algum outro tipo de lesão ou doença é revivida", disse ela.

"A doença/lesão é curada ou corrigida, e a pessoa tem um novo corpo clonado, uma prótese de corpo inteiro ou seu corpo reanimado e reencontra seus amigos novamente."

A ideia, no entanto, não agrada a todos. O doutor Arthur Caplan, diretor da Divisão de Ética Médica e professor de Bioética da Escola Grossman de Medicina da Universidade de Nova York, considera o plano absurdo.

"O único grupo que você realmente vê empolgado com essa possibilidade são pessoas que são meio que, especializadas em estudar o futuro distante, ou que têm interesse em querer que você pague para fazer isso", disse ele em um comunicado. 

O processo é baseado na esperança de que, no futuro, a ciência esteja avançada o suficiente para fazer a restauração dos humanos que foram criopreservados. A Alcor não faz promessas ou garantias de que isso realmente vai acontecer, mas isso não impediu que muitas pessoas gastassem dinheiro para ter seu corpo congelado.

De acordo com o jornal, o método custa a quantia mínima de US$ 200.000 (R$ 1.053.700) para congelar o corpo, e US $ 80.000 (R$ 421.480) apenas para o cérebro.

Segundo a Alcor, a maioria das pessoas que recorrem à empresa não tem esse valor, então recorre a um seguro de vida que cubra essa quantia, tornando a companhia a beneficiária da apólice.

Além desse valor, também há custos de funcionamento contínuos associados à instalação que, segundo a empresa, variam dependendo do que está sendo congelado e do tempo que permanecer nos tubos de nitrogênio .

"A Alcor sabe com bastante precisão os custos totais envolvidos em manter todos os seus pacientes criopreservados, a alocação desses custos entre pacientes específicos não é tão clara", disse a empresa.

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