Dados parciais divulgados nesta terça-feira (27) apontam que mais de 97% dos eleitores de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia, províncias da Ucrânia parcialmente controladas por Moscou , defendem a anexação pela Rússia .
Os referendos nessas quatro regiões não são reconhecidos pela comunidade internacional , repetindo o que já ocorreu com a Crimeia, península ucraniana tomada pelo regime de Vladimir Putin em 2014.
As províncias de Donetsk e Lugansk , no leste da Ucrânia, já são parcialmente controladas por rebeldes pró-Rússia desde 2014, na esteira da anexação da Crimeia . Já os territórios de Kherson e Zaporizhzhia , no sul, foram invadidos pelas tropas de Moscou na guerra iniciada em 24 de fevereiro .
Após a invasão, o regime Putin instalou governos fantoches nas áreas dessas duas províncias que estão sob seu controle.
De acordo com a agência estatal russa Tass, a anexação de Donetsk tem apoio de 98,35% dos eleitores, com 22,48% dos votos apurados; de Lugansk, de 97,83% dos eleitores, com 21,11% dos votos apurados; de Zaporizhzhia, de 97,79% dos eleitores, com 29% dos votos apurados; e de Kherson, por 97,05% dos eleitores, com 28% dos votos apurados.
A própria imprensa russa diz que o Parlamento pode votar a anexação dessas quatro regiões já no início de outubro. Os referendos acontecem em meio à contraofensiva da Ucrânia, que vem reconquistando territórios no leste e no sul.
No entanto, se a Federação Russa anexar essas quatro províncias, ela poderá considerar futuras ações militares da Ucrânia nessas áreas como ataques a seu próprio território.
Os números dos referendos não podem ser verificados de forma independente, e a comunidade internacional não reconhece sua legalidade. A União Europeia já estuda inclusive sancionar cidadãos do bloco que tenham trabalhado como "observadores" nas votações.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.