Ministério Público da Ucrânia anunciou nesta segunda-feira (30) que o primeiro caso de estupro cometido contra uma mulher na guerra iniciada pela Rússia foi levado ao tribunal e será julgado em breve.
Em publicação no Twitter, a procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, informou que o acusado é "Mikhail Romanov, um soldado do 239º Regimento da 90ª Divisão Blindada da Guarda Vitebsk-Novgorod das Forças Armadas Russas".
Segundo ela, o homem "será julgado pelo suposto assassinato do marido ucraniano e por violência sexual em grupo contra a esposa".
Venediktova explicou que o militar russo faz parte do grupo que atacou as cidades e vilarejos ao redor de Kyiv, onde os crimes teriam sido cometidos.
Na publicação nas redes sociais, a procuradora-geral da Ucrânia relatou que, até o momento, Romanov não foi capturado e, portanto, não deve estar presente no julgamento. Desta forma, mesmo se for condenado, o russo não será punido.
Venediktova contou que Romanov e outras militares russos "invadiram uma casa em uma das aldeias e atiraram em seu dono.
Um soldado bêbado, junto com outro ocupante, imediatamente após o assassinato, estuprou sua esposa várias vezes".
A invasão na casa em Brovary, parte da região de Kyiv, teria ocorrido em março. "Ameaçaram a mulher com armas e violência até mesmo em relação ao filho, que estava com ela no momento", disse ela.
Segundo as autoridades ucranianas, "mesmo que o acusado não esteja atualmente em nossas mãos, ele não escapará de um julgamento justo e responsabilidade perante a lei".
Em entrevista ao jornal "The Guardian" no início de maio, Venediktova relatou que a vítima conseguiu identificar Romanov a partir de fotos nas redes sociais e ressaltou que as autoridades ucranianas não sabem o que aconteceu com ele, sugerindo que o militar pode ter sido enviado de volta à Rússia, ainda estar lutando na Ucrânia ou ter sido morto.
O novo processo é divulgado depois que um outro soldado russo, Vadim Shishimarin, de 21 anos, se declarou culpado pela morte de um idoso ucraniano em Kyiv e foi condenado à prisão perpétua no primeiro julgamento por crimes de guerra.
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