ONU aprova resolução que pede interrupção das 'hostilidades da Rússia'
Reprodução/R7 20.03.2022
ONU aprova resolução que pede interrupção das 'hostilidades da Rússia'

A Assembleia-Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira uma resolução que pede a imediata interrupção das “hostilidades por parte da Rússia” na  Ucrânia, após um mês de conflito. O texto recebeu 140 votos a favor e apenas cinco contra, incluindo o da própria Rússia, além de 38 abstenções. 

A nova  resolução, apresentada pela Ucrânia e promovida por México e França, trata das “consequências humanitárias da agressão” russa, que em menos de um mês provocou o deslocamento de 10 milhões de pessoas. Bielorrússia, Coreia do Norte, Eritreia, Síria e Rússia votaram contra, como fizeram na primeira resolução, adotada em 2 de março. Entre os países que se abstiveram estão China, Bolívia, Cuba, El Salvador, Nicarágua e Irã.

A Ucrânia e seus aliados procuravam igualar ou aumentar o apoio recebido na resolução anterior, que exigia a retirada imediata das tropas russas. À época, o texto teve 141 votos a favor, incluindo o Brasil, 35 abstenções e os mesmos cinco votos contrários. Após a votação, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, descreveu a o resultado desta quinta-feira como um “sucesso surpreendente”.

"Realmente não há diferença entre 141 e 140 [votos a favor]", disse a repórteres.

A resolução aprovada nesta quinta-feira exige a proteção de civis, pessoal médico, trabalhadores humanitários, jornalistas, hospitais e outras infraestruturas civis. Além disso, pede o fim do cerco às cidades, em particular Mariupol.

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Para justificar a abstenção, o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, disse que aprecia os  “princípios” da resolução, mas afirmou que alguns itens “vão além da questão humanitária na Ucrânia”. Pequim defendia um rascunho proposto pela África do Sul e que não citava a Rússia nominalmente — o país alega que o conflito não deve ser “politizado”. A resolução rival foi rejeitada por 67 votos contrários, 50 a favor e 36 abstenções.

O embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, tentou evitar a votação da segunda resolução, afirmando que o texto “nunca foi produto de consultas com a Ucrânia ou consultas regionais”, ao contrário da primeira.

Esta é a segunda derrota consecutiva sofrida pela Rússia. Na véspera, uma resolução apresentada pelo país, também sobre a situação humanitária, foi rejeitada no Conselho de Segurança da ONU, após só obter os votos positivos apenas dos representantes de Moscou e da China. Os 13 membros restantes se abstiveram.

Nesta quinta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciou que mais da metade da população de crianças e menores da Ucrânia, estimada em 7,5 milhões, foi obrigada a abandonar suas casas. Do total das 4,3 milhões de menores deslocados, 1,8 milhão atravessaram a fronteira para buscar refúgio nos países vizinhos e 2,5 milhões permanecem dentro da Ucrânia.

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