Um ataque aéreo da Rússia na cidade de Merefa, na região leste da Ucrânia, deixou ao menos 21 civis mortos e outros 25 feridos nesta quinta-feira (17). A cidade fica próxima a Kharkiv, segundo maior município ucraniano, e está sendo alvo de ações militares constantes.
"Uma escola e um centro cultural foram destruídos. 21 pessoas morreram, 25 ficaram feridas e 10 delas estão em graves condições", informou o Ministério Público local.
O chefe da administração regional de Kharkiv, Oleg Sinegubov, afirmou que as cidades da área foram alvos de 49 ataques aéreos nos últimos dias. "O inimigo não cansa de tentar avançar por meio de Izyum, cidade do Oblast de Kharkiv, na parte oriental da Ucrânia, mas sem sucesso", pontuou ainda.
O bispo católico de Kharkiv, monsenhor Pavlo Honcharuk, afirmou que os moradores locais "vivem o dia todo em bunkers e refúgios subterrâneos" porque está "muito perigoso" sair dali.
"Nós visitamos regularmente as pessoas na estação [de trem] metropolitana, que vivem e dormem nos trilhos e nos vagões. Rezamos ali com todos, católicos e ortodoxos juntos. Estamos recebendo ajuda humanitária - remédios, comida, pães e coisas assim - que estão chegando da Ucrânia ocidental. Tudo chega por meio de pequenos ônibus ou carros, que não chamam tanta a atenção e conseguem chegar aqui melhor", explicou Honcharuk em uma conversa com a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre da Itália.
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Conforme o religioso, os grandes caminhões "têm medo" de ir para essa parte do país por conta do risco de ataques aéreos.
"Todos os dias as pessoas procuram um jeito de abandonar a cidade. Há tiroteios contínuos, as janelas tremem como se estivessem para cair. Nós nos habituamos a esses ruídos. Os hospitais ainda estão funcionando e visitamos os doentes regularmente. Ontem conseguimos entregar alguns materiais sanitários para o hospital psiquiátrico, onde as pessoas ficaram sem produtos de higiene por vários dias", relatou ainda.
"O diretor do hospital nos agradeceu em lágrimas, e essa é a nossa missão. Um problema compartilhado é um problema diminuído. Organizamos ajuda nos locais que podemos e muito apoio está chegando da Ucrânia ocidental e, através da fronteira polonesa, de toda a Europa. Essa é uma bonita demonstração de solidariedade", concluiu.