Embora o tema da segurança cibernética tenha sido abordado pela comitiva brasileira com autoridades russas, o presidente Jair Bolsonaro negou nesta quarta-feira que tenha tratado sobre a segurança das eleições brasileiras com o líder russo, Vladimir Putin. Bolsonaro disse que isso se trata de uma "ilação".
" Esse (tema de segurança nas eleições) não é assunto para tratar fora do Brasil, com todo o respeito. Se alguém faz qualquer ilação nesse sentido está extrapolando, no meu entender, a sua atividade", disse Bolsonaro, em entrevista coletiva, horas após a reunião com Putin.
O ministro Edson Fachin, que assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima semana, tem feito críticas à atuação da Rússia na área de cibersegurança. Na segunda-feira, Fachin disse ao GLOBO que países como a Rússia "têm relutado em sancionar os cibercriminosos que buscam destruir a reputação da Justiça Eleitoral e aniquilar com a democracia".
Depois, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quarta-feira, o ministro disse que a Justiça Eleitoral "já pode estar sob ataque de hackers" e que a maior parte das atividades criminosas teria origem na Rússia, país que não teria "legislação adequada de controle".
Na delegação brasileira, a questão da cibersegurança é tratada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que acompanha Bolsonaro na viagem.
De acordo com o comunicado conjunto divulgado após encontro entre Bolsonaro e Putin, "os líderes notaram as perspectivas de incremento da Aliança Tecnológica Brasil-Rússia, em áreas como nanotecnologia, biotecnologia, inteligência artificial, tecnologias de informação e comunicação, pesquisas em saúde e oceanos".