Bilhetes com a assinatura dos "Justiceiros da Fronteira" - organização criminosa que, supostamente, faz "justiça com as próprias mãos" e mata pessoas com antecedentes criminais - tem sido deixados ao lado de vítimas assassinadas entre Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã (MS) desde meados de agosto. O grupo tem feito cidadãos brasileiros de vítimas, alegando que eles são suspeitos de crime na região .
O grupo criminoso começou a agir em 2014, segundo a polícia paraguaia. Nos últimos dois meses, várias ocorrências foram atribuídas a organização. Além disso, a maioria dos crimes aconteceram em território brasileiro.
Em entrevista a TV Paraguaia, o general aposentado Carlos Liceras afirmou que suspeita é de que os Justiceiros façam parte de grandes quadrilhas que atuam na região de fronteira e que buscam tranquilidade para continuar suas atividades ilícitas, como venda de drogas e armas em grande escala, sem pequenos crimes paralelos.
Segundo o UOL, desde sábado já foram mais de quatro casos, mas as vítimas podem passar de cem no total. A estimativa das autoridades locais é de que 60 homicídios tenham acontecido do lado brasileiro da fronteira e 40 do lado paraguaio.
O grupo costuma agir de forma brutal. Entre os crimes, estão os assassinatos de Robson e Jeferson Martinez de Souza, de 19 e 21 anos. Eles foram mortos com 29 tiros em agosto. Um casal de brasileiros, Luiz Mateo e Anabel Centurión , foram também baleados na cidade e abandonados com o bilhete: "Por favor, não roubar".
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Dois dias depois após a morte do casal, um adolescente de 17 anos foi encontrado morto com sinais de violência: facadas, mordidas de animais, além de mãos decepadas. Um bilhete deixado em suas pernas, escrito em espanhol, dizia: "Os justiceiros estão de volta, avisamos que é só o começo da morte dos ladrões" - na tradução ao português.
Na manhã de terça-feira (28), foi confirmada a morte de mais um homem brasileiro . O corpo estava em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Carlos Limar de Souza Lima, de 38 anos, foi identificado. No entanto, a assinatura era de outra organização criminosa chamada "O Crime". Segundo o grupo, eles prometeram responder à ação dos Justiceiros na área.
O bilhete ao lado do corpo de Carlos dizia: "Nós do crime estamos deixando claro que não iremos mais admitir covardias cometidas por esses justiceiros, seja quem for. Assinado: O crime".
- Com informações do UOL