Invasão ao Congresso dos Estados Unidos aconteceu no último dia 6.
Reprodução/CNN Brasil
Invasão ao Congresso dos Estados Unidos aconteceu no último dia 6.

Um oficial da Polícia do Capitólio não resistiu e morreu em consequência dos ferimentos sofridos na quarta, durante a invasão à sede do Congresso americano , em Washington, por simpatizantes do presidente Donald Trump.

Segundo as autoridades, o agente Brian Sicknick "respondia aos distúrbios na quarta-feira no Capitólio e foi ferido enquanto enfrentava fisicamente os invasores ", informou a Polícia do Capitólio em um comunicado.

"[Ele] voltou para seu posto e entrou em colapso", diz a nota, acrescentando que "foi levado para um hospital local, onde não resistiu aos ferimentos". A morte, afirmaram ainda as autoridades, será investigada pelo departamento de homicídios da polícia metropolitana de Washington.

Sicknick , que trabalhava há 12 anos na força, é o primeiro policial morto por causa da violência deflagrada na quarta, quando uma multidão insuflada por Trump invadiu o Congresso. Veículos de comunicação haviam comunicado sua morte prematuramente no início da noite de quinta, mas a polícia só a confirmou durante a madrugada.

Quatro manifestantes também morreram, incluindo a veterana da Força Aérea Ashit Babbitt , baleada pela polícia dentro do Capitólio . As outras três mortes ocorreram no perímetro do prédio, em circunstâncias ainda sob investigação,  e suas causas foram descritas como "emergências médicas". Ao menos 56 policiais ficaram feridos.

A inação da polícia para conter os apoiadores de Trump levantou uma série de críticas e dúvidas sobre sua resposta ao incidente.  Na noite de quarta, o chefe da polícia do Capitólio, Steven Sund, renunciou após um pedido da chefe da Casa, a democrata Nancy Pelosi.

O responsável pela segurança do cargo, Paul Irving, também renunciou, assim como o responsável pela segurança do Senado, Mike Stenger, cuja saída foi solicitada pelo líder da maioria, o republicano Mitch McConnell. Horas antes, o futuro líder da Casa, o democrata Chuck Schumer, havia dito que demitiria Stenger assim que tomasse posse.

Em paralelo, mais de 50 casos criminais foram abertos contra os invasores, que adentraram no prédio para tentar impedir que o Congresso realizasse sua plenária que confirmaria a vitória do presidente eleito Joe Biden , última etapa antes de sua posse no dia 12.

Os invasores pró-Trump não só forçaram os parlamentares a se esconderem, interrompendo a sessão que só seria retomada horas depois, como atacaram policiais com "barras de mental, produtos químicos e outras armas", segundo a polícia.

Até quinta, apenas 70 pessoas haviam sido presas , em sua maior parte por violações ao toque de recolher. Um dos homens detidos carregava semiautomática e 11 coquetéis molotov. O FBI abriu uma linha telefônica e um canal de denúncias online para auxiliar na identificação dos invasores, cujas imagens circulam na internet em abundância.

Segundo as autoridades, 40 denúncias foram apresentadas à corte local da capital americana com acusações de invasão de propriedade federal , agressão e posse de armas. Outras 15 ações transcorrem em nível federal por entrada ilegal no Capitóilio, posse de arma ou roubo de propriedade do Congresso, incluindo itens que podem comprometer a segurança nacional. 

"Itens eletrônicos foram roubados dos escritórios de senadores . Documentos e materiais foram roubados e precisamos identificar quem os fez e mitigar issso", disse o promotor geral interino do Distrito de Columbia, Michael Sherwin.

Segundo o Exército, uma cerca não escalável de 3 metros está sendo erguida ao redor do Capitólio para evitar novas invasões e deverá permancer lá por ao menos um mês.

A mobilização das forças de segurança no evento do último dia 6, cuja organização e planos eram discutidos abertamente em fóruns pró-Trump , foi significativamente menor que nos protesto antirracismo vistos no ano passado, cujos participantes eram majoritariamente negros.

Na ocasião, a polícia chegou a usar gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar um protesto pacífico em frente à Casa Branca apenas para que Trump pudesse fazer uma visita encenada à Igreja Episcopal de São Paulo, do outro lado da rua. Por ordens do presidente, uma força-tarefa com mais de 5 mil membros da Guarda Nacional, policiais locais e federais havia sido composta.

Desta vez, mesmo sabendo que a mobilização era organizada por grupos de extrema direita em que o porte de armas é algo corriqueiro, apenas 340 integrantes da Guarda Nacional, composta por reservistas, foram deslocados antecipadamente após um pedido da prefeita de Washington, Muriel Bowser. Segundo o New York Times, Trump resistiu a enviar reforços.

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