Uma das geleiras mais famosas da Itália, a Marmolada, corre o risco de desaparecer daqui a 15 anos devido ao aquecimento global, de acordo com um estudo divulgado pela Universidade de Pádua.
O glaciar fica na montanha Marmolada, conhecida como "rainha das Dolomitas" por ser a mais alta dessa cordilheira que atravessa o extremo-norte da Itália, com 3.343 metros de altitude.
"A geleira já perdeu mais de 80% de seu volume nos últimos 70 anos", afirmou o pesquisador e geólogo Aldino Bondesan, um dos autores do estudo. Segundo ele, as previsões sobre a extinção do glaciar estão "cada vez mais próximas". "Talvez não restem mais de 15 anos de vida", acrescentou.
Atualmente, a Marmolada tem um volume de 14 milhões de metros cúbicos, contra os 95 milhões registrados em 1954. Há uma década, a geleira perdia cinco hectares de superfície por ano, número que subiu para nove hectares nos últimos três anos.
"Se estendermos a tendência de redução de superfície dos últimos 100 anos, o fim da geleira estaria marcado para 2060. Se considerarmos a tendência de contração dos últimos 10 anos, o final seria antecipado para 2045. Mas a tendência dos últimos três anos é ainda mais alarmante e poderia levar ao desaparecimento de boa parte do glaciar já em 2031", explicou o professor de geografia Mauro Varotto, da Universidade de Pádua.
Uma expedição realizada recentemente pela associação ambientalista Legambiente também constatou que a Marmolada perdeu mais de 80% de seu volume nos últimos 100 anos. "As previsões dos especialistas sobre o repentino desaparecimento do glaciar deveriam, agora mais do que nunca, induzir novas escolhas inovadoras de desenvolvimento local, com fortes ações de mitigação", disse a entidade.