Cientistas brasileiros do Projeto Terrantar registraram, no dia 9 de fevereiro, a temperatura de 20.75°C na Ilha de Seymour, na Antártida , alta inédita na península. Até então, desde o início dos registros, o maior valor indicado pelos termômetros era de 19.8°C, anotado por pesquisadores em janeiro de 1982, na Ilha Signy.
O registro foi feito dois dias depois de um estação de pesquisa Argentina medir 18.3°C na região de Esperanza. Tantos os dados brasileiros quanto os argentinos ainda serão enviados para análise da Organização Mundial de Meteorologia.
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“Nós estamos vendo uma tendência de aquecimento em muitos campos que estão monitorando, mas nunca vimos nada desse tipo”, afirmou o pesquisador Carlos Schaefer, em entrevista ao jornal The Guardian. Segundo Schaefer, a alta é “incrível e anormal”.
Aquecimento
As correntes oceânicas e o fenômeno El Niño são apontados pelos cientistas como fatores responsáveis pelo aquecimento intenso da Antártida. “Nós temos mudanças climáticas na atmosfera, que estão intimamente ligadas as mudanças no permafrost (solo constituído de terra gelo e rochas) e no oceano. A coisa toda está inter-relacionada”, explica Schaefer.
Os resultados de pesquisas sobre o continente são cada vez mais alarmantes. Durante janeiro, cientistas anunciaram que encontraram, pela primeira vez, a presença de água morna em uma geleira da Antártida, descoberta alarmante diante de tantos derretimentos registrados nos últimos anos.