Presidente da Colômbia acredita que Bolsonaro pode o ajudar a reconquistar popularidade
Alan Santos/PR
Presidente da Colômbia acredita que Bolsonaro pode o ajudar a reconquistar popularidade


O presidente da Colômbia, Ivan Duque, tem visita programada ao Brasil no dia 1º de agosto e será recebido por  Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, segundo uma alta fonte do governo brasileiro. A crise na Venezuela deverá ser um dos principais assuntos na primeira reunião bilateral entre os chefes do Executivo, ambos de direita.

 A relação de Bolsonaro com o presidente da Colômbia é boa. Brasil e Colômbia fazem fronteira com a Venezuela e estão entre os principais destinos dos imigrantes que tentam escapar do regime de Nicolás Maduro. Em fevereiro, numa escalada da tensão na região, o presidente venezuelano ordenou o fechamento total das passagens terrestres com os dois países, em uma tentativa de impedir a chegada de ajuda humanitária. As fronteiras já foram reabertas.

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O encontro se dará seis dias antes do colombiano completar um ano no poder, colecionando derrotas e quedas nos índices de aprovação. Após ser eleito com 54% dos votos , números do instituto de pesquisa Gallup Poll, de junho, apontam uma aprovação de apenas 29%, enquanto 71% da população acreditam que a situação da Colômbia piorou após o início do mandato.

Recentemente, Duque sofreu duas derrotas judiciais que travaram seus planos de modificar o acordo de paz com as Farc, firmado em 2016 pelo seu antecessor, Juan Manuel Santos, e ao qual sempre se opôs.

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A Corte Constitucional do país determinou que o conservador sancione a lei que rege o funcionamento da Justiça Especial para a Paz (JEP), o tribunal criado pelo acordo para julgar os delitos cometidos durante o conflito de 50 anos entre o governo colombiano e a que era a principal guerrilha do país. Duque havia propostos seis mudanças para endurecer as penas para os ex-guerrilheiros.

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Em outra derrota, Corte Suprema de Justiça colombiana determinou a libertação de um ex-líder das Farc , Seuxis Paucias Hernández Solarte, mais conhecido como Jesús Santrich. Acusado de tráfico de drogas, o ex-guerrilheiro e negociador do acordo de 2016 teve sua extradição pedida pelos Estados Unidos.

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Depois de ser libertado, em maio, ele chegou a tomar posse como deputado, no começo de junho. Mas, semanas depois, ele desapareceu, faltando inclusive a uma audiência de um processo em que é acusado de enviar drogas aos Estados Unidos. Por isso, uma ordem de prisão foi emitida contra Santrich, que já poderia estar fora do país.

Bolsonaro e Duque

O colombiano não esteve na posse de  Bolsonaro , em janeiro, mas o parabenizou através de uma rede social.  Na ocasião, Duque disse que os dois atuariam juntos pela democracia. “Trabalharemos ativamente pela região, promovendo valores democráticos, assim como o fortalecimento das relações políticas, econômicas e culturais”, escreveu. Bolsonaro respondeu dizendo que "o Brasil caminha junto com a Colômbia."

Naquele mesmo mês, Bolsonaro telefonou para Duque um dia após o ataque suicida com carro-bomba que deixou 20 pessoas mortas e 68 feridas em Bogotá. Em vídeo divulgado pelo Planalto após a ligação, Bolsonaro pediu que a Venezuela não abrigasse integrantes do Exército de Libertação Nacional (ELN), grupo guerrilheiro acusado de ser autor do ataque.

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Composto por cerca de dois mil combatentes e considerado uma organização terrorista pelo Departamento de Estado dos EUA, o ELN vinha participado de negociações com o governo desde fevereiro de 2017, com o objetivo de encerrar o conflito. Mas, ao mesmo tempo, realizou ataques contra forças policiais, em retaliação às políticas de Duque.

As conversas foram suspensas após o ataque de janeiro. Uma das condições impostas pelo presidente da Colômbia para as negociações era justamente a interrupção das hostilidades e a libertação de todos os reféns.

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