Manifestantes montaram barricadas na cidade de Ureña, na fronteira da Venezuela com a Colômbia
Reprodução/TVVenezuela Noticias
Manifestantes montaram barricadas na cidade de Ureña, na fronteira da Venezuela com a Colômbia

O governo brasileiro condenou na madrugada deste domingo (24) "os atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro" que aconteceram no sábado  na região das fronteiras com o Brasil e com a Colômbia. Em nota, o Itamaraty pediu que a comunidade internacional se some “ao esforço de libertação da Venezuela".

"O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a  ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro", diz ainda a nota divulgada pelo Itamaraty sobre a situação na Venezuela .

O texto classificou ainda a ação do governo venezuelano é “um brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se”.

O posicionamento se segue aos conflitos ocorridos após Maduro ter fechado as fronteiras para impedir a entrada de ajuda humanitária na Venezuela. O último sábado (23), ficou conhecido como "Dia D" , pois era o dia chave para a entrada de doações de outros países, convocadas pelo autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó .

A entrada de ajuda humanitária, no entanto, foi impedida por militares venezuelanos e grupos paramilitares chavistas. A situação ficou tensa tanto na região de Pacaraima, em Roraima, quanto em Cúcuta, na Colômbia.  Duas pessoas morreram na fronteira brasileira e  285 ficaram feridos na divisa colombiana.

O ministro das relações exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, informou que mais de 60 militares venezuelanos, inclusive oficiais de altas patentes, desertaram e pediram refúgio. Durante o dia, Guaidó discursou pedindo colaboração aos membros das Forças Armadas. “Bem-vindos ao lado certo da história”, disse.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , também discursou em Caracas e anunciou o rompimento das relações com a Colômbia . Maduro também disse que não precisa da ajuda humanitária do brasil, mas está disposto a comprar toda a comida que o país tiver para vender, pois “não é mendigo”.

O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, vão à Colômbia para participar de uma reunião do Grupo de Lima nesta segunda-feira (25). No encontro sobre a situação da Venezuela, também estarão presentes representantes de Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru.

O presidente interino também anunciou que participará da reunião “para discutir possíveis ações diplomáticas” contra Maduro. O Brasil reconheceu Guaidó como presidente e não reconhece o governo de Maduro. Porém, afirmou que respeita a soberania da Venezuela .

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