As negociações entre os países que participam da conferência sobre mudanças climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) , a COP27 , foram prorrogadas até este sábado (19).
A cerimônia, que teria originalmente seu encerramento ainda hoje, teve seu final adiado devido à falta de acordo sobre financiamento, principalmente sobre a criação de um fundo de perdas e danos para as nações mais afetadas pelas mudanças climáticas .
"Continuo determinado a encerrar esta conferência amanhã de maneira ordenada", afirmou o chanceler egípcio e presidente da COP27, Sameh Choukri, aos representantes das delegações que participam do evento, nesta sexta (18).
Pela primeira vez em quase 30 anos a proposta de compensar os danos gerados aos países que emitem menos gases de efeito estufa está perto de ser aprovada. O assunto foi um dos mais pautados nas discussões entre os países e alvo de manifestações durante a conferência climática .
As negociações sobre o tema aceleraram após a apresentação de uma iniciativa da União Europeia (UE) nessa quinta-feira (17). A proposta, entretanto, ainda não foi definida.
Em sua fala, o chanceler egípcio demonstrou preocupação com a quantidade de temas ainda pendentes relacionados a "financiamento, mitigação [das emissões de gases de efeito estufa], perdas e danos, todas interligadas".
"Faço um apelo às partes para trabalharem juntas para resolver estas questões pendentes o mais rápido possível", afirmou.
Plano da UE
Determinar os países que seriam contemplados por um possível fundo de compensação de danos e quais deveriam contribuir financeiramente é alvo de muitas discussões.
Na proposta, a UE sugeriu a criação de um "Fundo de Resposta" destinado aos países mais vulneráveis .
O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, pediu uma "ampliação da base de doadores", em referência à China, que é o principal emissor de gases de efeito estufa e segunda maior potência econômica do mundo.
Na COP, no entanto, o representante do país, Zhao Yingmin, pediu apenas que o Acordo de Paris "não seja reescrito". Os países que assinaram o acordo climático de 2015 se comprometeram a atingir uma meta de impedir, a longo prazo, que as temperaturas globais subam mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Em troca do fundo, Timmermans também pediu que todas as nações reforcem as medidas para reduzir as emissões de gases.
Dos quase 200 países que participam da conferência, apenas 30 apresentaram novas metas de redução, apesar do apelo feito na última COP, organizada no ano passado em Glasgow.
A proposta do fundo é "a última oferta" da União Europeia, afirmou Timmermans a jornalistas nesta sexta.
A COP do Egito é a 27ª conferência da ONU sobre mudanças climáticas. O evento começou no último dia 7 em Sharm el-Sheik, no Egito . O evento reúne as principais lideranças mundiais e ambientalistas e, neste ano, tem o lema "Juntos para a implementação", para discutir e concretizar os tratados firmados anteriormente, como o Acordo de Paris.
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