Nesta quarta-feira (16), durante discurso na Conferência do Clima (COP) 27, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a "luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza ". Na ocasião, o petista também fez críticas ao atual governo, do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas em 30 de outubro .
"Infelizmente, desde 2019, o Brasil enfrenta um governo desastroso em todos os sentidos — no combate ao desemprego e às desigualdades, na luta contra a pobreza e a fome, no descaso com uma pandemia que matou 700 mil brasileiros, no desrespeito aos direitos humanos, na sua política externa que isolou o país do resto do mundo, e também na devastação do meio ambiente", afirmou.
Durante a fala, Lula também destacou o desejo de estreitar laços com outros países e, principalmente, de unir forças para ajudar as nações mais pobres com investimentos e mitigar as mudanças climáticas — um dos focos de discussão da COP27 .
"Não por acaso, a frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países é a seguinte: 'O mundo sente saudade do Brasil'. Quero dizer que o Brasil está de volta. Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo. Para cooperar outra vez com os países mais pobres, sobretudo da África, com investimentos e transferência de tecnologia."
O presidente eleito também citou a desigualdade social e afirmou que ela está relacionada à redução dos gases de efeito estufa. "A desigualdade entre ricos e pobres manifesta-se até mesmo nos esforços para a redução das mudanças climáticas".
Lula voltou a mencionar a importância da Amazônia e uma de suas propostas de campanha, de zerar o desmatamento e degradação da floresta até 2030 .
"Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram ao assinar a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas".
"Por esse motivo, quero aproveitar esta Conferência para anunciar que o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu governo. Vamos priorizar a luta contra o desmatamento em todos os nossos biomas. Nos três primeiros anos do atual governo, o desmatamento na Amazônia teve aumento de 73 por cento", continuou.
Ele ainda reiterou o que havia falado mais cedo, que pedirá à Organização das Nações Unidas (ONU) que a Amazônia sedie a COP em 2025 , sendo aplaudido pelas pessoas que participam do evento.
"Vou defender veemente que a COP seja realizada no estado amazônico, para que as pessoas que defendem tanto a Amazônia tenham noção dessa parte do mundo, que nós, sozinhos, não teremos força nem dinheiro para cuidar com o cuidado que a Amazônia precisa ser cuidada", afirmou Lula.
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