Bolsonaro no podcast Pilhado
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Bolsonaro no podcast Pilhado

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (9) que pode repensar a proposta de a umentar o número de ministros no Supremo Tribunal Federal (STF) , mas que só decidirá após as eleições e que a medida depende de a "temperatura abaixar" na Corte. 

Bolsonaro já indicou dois ministros para o Supremo, e pode indicar mais dois caso vença o segundo turno das eleições, já que Rosa Weber e Ricardo Lewandowski atingiriam a idade para aposentadoria. 

Atualmente o STF conta com 11 ministros, sendo composto por duas turmas de 5 magistrados, além do presidente da Corte. 

Questionado especificamente sobre a possibilidade de aumentar o número de ministros, Bolsonaro disse que já recebeu essa sugestão, mas que vai decidir depois das eleições.

"Se eu for reeleito, e o Supremo baixar um pouco a temperatura, já temos duas pessoas garantidas lá [Kassio Nunes Marques e André Mendonça], tem mais gente que é simpática à gente, mas já temos duas pessoas garantidas lá, que são pessoas que não dão voto com sangue nos olhos, tem mais duas vagas para o ano que vem, talvez você descarte essa sugestão", afirmou o presidente ao canal Pilhado.

"Se não for possível descartar, você vê como é que fica. Você tem que conversar com o Senado também a aprovação de nomes. Você tem que conversar com as duas Casas a tramitação de uma proposta nesse sentido. E está na cara que muita gente do Supremo vai para dentro da Câmara e do Senado contrário, porque se você aumenta o número de ministros do Supremo, você pulveriza o poder deles. Eles passam a ter menos poder e lógico que não querem isso", completou.

Os entrevistadores se declaram eleitores de Bolsonaro, o que tornou a conversa do podcast mais amigável. Um deles era Paulo Figueiredo, é neto do último ditador do regime militar, o ex-presidente João Baptista Figueiredo (1918-1999).

O ambiente possibilitou com que Bolsonaro repetisse as críticas ao Judiciário. O presidente acrescentou que "é impossível eu governar mais quatro anos com o Supremo fazendo ativismo judicial".

"Os caras têm lado político, os caras decidem. Qualquer ação no Supremo, TSE [Tribunal Superior Eleitoral], dá ganho de causa para o outro lado. Não tem isenção nisso tudo", afirmou.

O presidente pediu para que o TSE ignore o pedido do PT para divulgar a rede de mais de 30 perfis no Twitter que são acusadas de disseminar fake news. 

A lista de mais de 30 nomes inclui os filhos Carlos e Flávio Bolsonaro, sendo o primeiro o líder da campanha do pai na internet, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), a produtora Brasil Paralelo e influenciadores como Kim Paim e Bárbara Destefani.

"Peço que nosso querido TSE não embarque nessa porque se tirar o pessoal lá e eu nada fizer aqui é você mandar um batalhão para a guerra e no meio do caminho você tira os canhões dele. É nessa situação que eu fico aqui. Eu ia entrar na guerra e, em vez de fuzil e canhão, com pau e pedra, vou perder essa guerra", afirmou, referindo-se ao segundo turno da eleição.

Ele alegou que o "outro lado" também cria notícias falsas, queixando-se de inércia do Tribunal. Ele se referia às acusações de canibalismo e à possibilidade de tornar o ex-presidente Fernando Collor de Mello seu ministro. 

"Agora estão falando duas coisas aí. Primeiro, que eu sou canibal. Pô, é foda né? Aguentar um trem desse aí. A outra é que o Collor vai ser ministro e que nós vamos confiscar a aposentadoria dos aposentados. É o tempo todo assim", afirmou.

Bolsonaro também criticou o deputado federal André Janones (Avante-MG) e disse que ele é um "mal tremendo à nação". O presidente está processando o parlamentar por um  post mencionando a palavra "miliciano", sem referência à Bolsonaro. 

O candidato à reeleição aproveitou a oportunidade para tentar reverter votos no Nordeste, região que votou massivamente no ex-presidente Lula (PT). 

"Falam muito que o Nordeste é reduto do PT, no meu entender não é mais reduto do PT. Tem voto lá o PT, tem. Mas não a esse ponto. Não teve festa na Bahia com o Lula com dois terços do voto pro lado dele. Não justifica isso. Então, foi bastante esquisito esse resultado", afirmou.

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