Registro de uma urna eletrônica em funcionamento
Reprodução/ TRE-RN
Registro de uma urna eletrônica em funcionamento

A subsecretária de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, afirmou que seu país confia no sistema eleitoral brasileiro , classificado por ela como “um dos mais fortes da América Latina”. 

Em entrevista à BBC News, ela também disse que a população brasileira deve “ter confiança” nas eleições do país que, segundo ela, precisam ser “livres e justas”. Recentemente, Nuland esteve no Brasil com uma delegação americana e se encontrou com diplomatas brasileiros.

O posicionamento da diplomata americana acontece em meio a novas declarações do presidente Jair Bolsonaro, que voltam a colocar em dúvida as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro, apesar de não haver indícios de fraude. 

Até hoje, o chefe do Planalto também não apresentou provas de suas afirmações. Na semana passada, ele afirmou, inclusive, que contrataria “uma empresa para fazer auditoria nas eleições”. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por outro lado, tem buscado dialogar com as Forças Armadas e divulgou, nesta segunda-feira, respostas a questionamentos feitos pelos militares sobre a confiabilidade do sistema eleitoral.

Ao ser questionada sobre a postura do presidente, Victoria Nuland disse acreditar que o Brasil “tem um dos sistemas eleitorais mais fortes da América Latina”. Para a diplomata, o sistema brasileiro tem “instituições fortes, salvaguardas fortes, uma base legal forte”, além de estruturas institucionais consolidadas.

“Então, o que precisa acontecer são eleições livres e justas, usando suas estruturas institucionais que já serviram bem a vocês no passado. Temos confiança no seu sistema eleitoral. Os brasileiros também precisam ter confiança”, disse, à BBC News.


Nuland também comentou que postura os Estados Unidos teriam, caso acontecesse no Brasil alguma tentativa de subversão do resultado das urnas. Segundo ela, o desejo de seu país é por “eleições livres e justas em países ao redor do mundo e particularmente nas democracias”. Nuland também valorizou o histórico eleitoral brasileiro, ao dizer que o país tem “longa tradição” em eleições legítimas.

“Julgamos a legitimidade daqueles que se dizem eleitos com base em se a eleição foi livre e justa e se os observadores, internos e externos, concordam com isso. Então, queremos ver, para o povo brasileiro, eleições livres e justas no Brasil. Vocês têm uma longa tradição nisso. E isso é o mais importante para manter a força do Brasil daqui para frente”, afirmou.

Interferência externa
A diplomata também manifestou preocupação com uma interferência da Rússia no pleito brasileiro. Segundo ela, no encontro com diplomatas brasileiros, foi aconselhado que o país seja “extremamente vigilante” de modo a garantir que não exista manipulação de “forças externas”.

“Vimos a Rússia se intrometer em eleições em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos e na América Latina. Por isso, em minha recente visita ao Brasil, exortei o governo a ser extremamente vigilante, e a oposição também, para garantir que forças externas não estejam manipulando seu ambiente eleitoral de forma alguma. Isso precisa ser uma eleição de brasileiros para brasileiros, sobre seu próprio futuro”,  completou Nuland.

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