Greve na USP ganha apoio dos professores da Universidade
Sintusp/Divulgação
Greve na USP ganha apoio dos professores da Universidade

A Assembleia Geral da Adusp (Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo), ocorreu nesta terça-feira (26) na  FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Durante a reunião, a categoria aprovou a paralisação até a próxima segunda-feira (2), em que será discutido o indicativo de greve. Em carta aberta, a associação denunciou que desde 2014 até agosto deste ano o corpo docente da USP encolheu 17,5%.

A greve dos estudantes iniciou com alunos da FFLCH e já se estendeu par a maioria dos cursos dos campus da capital, entre eles, o de Direito e a  Escola Politécnica.

“Os docentes da Universidade de São Paulo estão absolutamente sobrecarregados. E isso tem relação obviamente com a queda de 1.042 docentes desde 2014. Essa queda é generalizada em todas as unidades da universidade, em todas as áreas”, afirma Michele Schultz , presidente da Adusp e professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP)

“A gente tem divulgado que o problema só não estava maior antes porque a USP estava adotando um expediente de contratação de docentes temporários. É algo que Foi questionado pelo  Tribunal de Contas do Estado no final de 2020”, finaliza a professora

Levantamento divulgado pela Adusp revela que, no período de 2014 até agosto de 2023, o corpo docente da USP encolheu, passando de aproximadamente 6.000 professores para 4.900. Além disso, entre 1995 e 2022, o número de cursos de graduação aumentou em cerca de 150%, as vagas na graduação cresceram mais de 60%, o número de estudantes matriculados na graduação teve um aumento de 80%, e na pós-graduação, de 50%.

Os títulos de mestrado e doutorado também cresceram em mais de 100%. No entanto, o balanço da entidade aponta que o número de docentes cresceu apenas 2%, enquanto o de técnico(a)s-administrativos decresceu em 15% em relação a 1995. A presidente da Adusp destacou que, mesmo com cerca de 800 contratações de professores anunciadas pela reitoria, a instituição ainda enfrenta uma carência significativa de pessoal docente.

Além disso, o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (SINTUSP) declarou defender uma greve unificada com os estudantes e com os docentes. Ainda foi aprovado em  votação a adesão à greve geral de 24h, planejada para a próxima terça-feira (3), impulsionada pelos metroviários , trabalhadores da  CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp . Segundo dados do sindicato, a USP perdeu mais 4 mil funcionários desde 2014, com a promessa de contratação compensatória de cerca de 400 funcionários, equivalente a 10% das vagas perdidas.

Em nota,  a reitoria da Universidade de São Paulo defende que sempre primou pelo diálogo e pela atitude acolhedora junto à comunidade acadêmica, e lamenta as atitudes desrespeitosas que têm ocorrido último ano. Argumentando que houve importantes investimentos nas políticas de permanência estudantil, com o aumento em quase 60% nos recursos e ampliação do número de auxílios concedidos aos estudantes com necessidades socioeconômicas.

“A Reitoria reafirma, como parte da política estabelecida no início desta gestão, que as faculdades e escolas podem, caso necessário, solicitar cargos para a contratação de docentes temporários para amenizar a morosidade encontrada na execução dos concursos”, finaliza.

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