Quer saber o que você está consumindo ao escolher uma mídia para se informar sobre o conflito entre Israel e seus inimigos no Oriente Médio? Basta olhar para quem a financia, sejam eles doadores, anunciantes ou patrocinadores.
Usemos um exemplo simples. Quem acompanha a cobertura em diferentes mídias têm percebido a clara posição contra Israel na cobertura da guerra contra o Hamas. Alertada por um conhecido, encontrei em poucos segundos essa notícia: “Catar Airways fortalece seu relacionamento com a CNN Internacional por meio do patrocínio da série Em 24 Horas”. Ou seja, a CNN tem, entre seus patrocinadores, o Catar. Este país, pouco conhecido mundo afora, faz uma campanha silenciosa e milionária contra os Estados Unidos e os valores ocidentais há pelo menos três décadas – o que obviamente inclui Israel. Essa outra reportagem, publicada pelo Arab News em outubro de 2024, fala sobre isso (e também cita a CNN): “Divulgado: Como o Catar Manipula a Mídia Americana”.
Vamos a outro exemplo. Se você costuma acompanhar o canal de comunicação Al Jazeera, mídia opositora de Israel por excelência, precisa saber que ela é emissora estatal do Catar (leia aqui sua definição segundo o Wikipedia). O Catar também é doador, há pelo menos 25 anos, de universidades de ponta mundo afora – exatamente aquelas nas quais temos acompanhado manifestações pró-Hamas e por outro lado, persistentes e violentos eventos contra Israel e contra seus alunos judeus, como a Oxford, Harvard e Penn, entre outras.
No entanto, o mais surpreendente é notar que o Catar, que é aceito mundo afora como negociador do conflito entre palestinos e israelenses, é justamente o país adotado como lar pelos líderes do Hamas, do Hezbollah e de outros grupos terroristas. Por que será, meu Deus?
Outro “parceiro de negócios do Catar é a ONU”. É por isso que o país acaba de ser eleito como membro permanente do Conselho de Direitos Humanos da organização. Vale a pena lembrar o que acontece em termos de direitos humanos no Catar, segundo o site da organização Anistia Internacional (e não, ela não é ligada a Israel).
• Liberdade de expressão:
não existe. As autoridades do Catar prendem arbitrariamente qualquer cidadão que divulgue informações que vão contra o país.
• Direito das mulheres:
também não existe. O país utiliza o sistema de guarda, segundo o qual a mulher precisa da permissão de um guardião masculino (pai, irmão, marido) para casar, estudar no exterior, obter bolsas do governo ou até viajar para o exterior antes dos 25 anos. Segundo a lei da família, os maridos devem “se restringir de ferir suas esposas física ou moralmente”. Elas não estão protegidas por qualquer lei contra violência doméstica.
• Direitos da comunidade LGBTQIA+:
o código penal criminializa relações sexuais entre pessoas do sexo, com pena de prisão.
Este é o país que deve representar o departamento de Direitos Humanos de uma organização internacional? Não que a ONU tenha lá muito cartaz, mas não precisamos exagerar.
Em resumo, fique atento. Alguém pode estar formulando sua opinião em seu lugar – sem a sua permissão.