O ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL-RJ) afirmou para aliados próximos que adiou seu retorno para o Brasil. Ele ficou preocupado com o silêncio do ex-ministro da Justiça
Anderson Torres
em depoimento à Polícia Federal
. O ex-chefe do Executivo federal relatou que só voltará ao país quando o caso do seu ex-subordinado for solucionado.
Bolsonaro se irritou com a minuta encontrada na casa de Torres. Na avaliação dele, o ministro não poderia ter mais o documento. “Tinha que ter jogado fora”, falou o presidente para interlocutores, que garantem que o antigo mandatário do país não teve acesso ao papel. Porém, opositores não acreditam nessa tese e apostam que o discurso adotado por bolsonaristas é para livrá-lo das acusações.
O ex-presidente tinha como intenção voltar ao Brasil em março, só que agora ele avisou que retornará em outro mês. Ele não acredita que o caso de Torres irá se solucionar tão brevemente e teme que seja delatado pelo ex-ministro, levando-o para prisão no momento em que estiver em solo brasileiro.
Bolsonaro tem dito para aliados que a justiça quer pegá-lo de qualquer jeito e repete insistentemente que é vítima de perseguição. Por conta disso, acredita que seu ex-funcionário não terá nenhum problema em acusá-lo de ter participado da organização dos atos antidemocráticos.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é uma das defensoras para que o marido siga nos Estados Unidos. Ela está preocupada que algum ministro do STF determine a prisão do capitão da reserva.
Já uma ala do PL, que ainda luta para que Bolsonaro siga como principal liderança da direita, está dividida. Uma parte quer o retorno dele ao Brasil o mais rápido possível para mostrar força e inibir qualquer ação da Justiça. Já outro grupo prefere esperar a poeira diminuir para que o ex-presidente se instale novamente no país.
Bolsonaro e a insegurança
O ex-presidente sente que precisa seguir em uma corda bamba para não perder relevância. Ele admite que tem a intenção de disputar a eleição presidencial de 2026. Por outro lado, se retornar ao Brasil, possui medo de ser preso e ficar inelegível por oito anos.
Enquanto não define seu futuro político, ele tem consciência que há grupos articulando o surgimento de uma nova liderança para fazer oposição ao governo Lula.
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