Pesquisador da NASA publicou um estudo sobre um raro fenômeno astronômico que aconteceu com a Terra em 2023
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Pesquisador da NASA publicou um estudo sobre um raro fenômeno astronômico que aconteceu com a Terra em 2023

Li-Jen Chen, pesquisador da divisão de heliofísica da NASA , publicou um estudo sobre um raro fenômeno  astronômico que aconteceu com a  Terra em 2023. Ele explicou como uma mudança no campo magnético causou as chamadas “Asas de Alfvén” por meio da “ejeção de massa Coronal.”

Antes de entender o fenômeno, vale comentar um pouco sobre a atmosfera terrestre. Nosso  planeta tem uma camada externa chamada “magnetosfera”. Ela funciona como uma película que fica do lado de fora do planeta, e trabalha como um campo magnético que controla plasmas recebidos, assim como processos eletrodinâmicos.

Essa magnetosfera é responsável por receber os “ventos solares”, um vento veloz que vem do sol carregado de plasma. Mas o recebimento dessas faz um corpo curioso, os chamados “arco” e “cauda” de campo magnético. Estes são formados da “massa Coronal”, o acúmulo desse plasma.

Funciona assim: a Terra, ao girar em volta do Sol , recebe os ventos solares por um lado (e a magnetosfera ali fica com formato de arco), que dão a volta e vão para trás do planeta (ali, forma-se a cauda). Seria algo semelhante como arrastar o dedo por uma gota de água: um lado fica largo, o outro estreito.

A Terra, ao girar em volta do sol, recebe os ventos solares por um lado, que dão a volta e vão para trás do planeta.
Divulgação/UFMG
A Terra, ao girar em volta do sol, recebe os ventos solares por um lado, que dão a volta e vão para trás do planeta.


“Asas de Alfvén”

Em 2023, um fenômeno raro fez essa cauda “dançar” e partir, como mostrou o estudo de Li-Jen. Durante duas horas, foram registradas perturbações da magnetosfera e consequente alteração no formato da massa Coronal.


As ondas de plasma começaram a viajar mais rápido que os ventos solares, algo fora do comum, e isso fez com que a estrutura da magnetosfera se dissolvesse. Assim, os ventos que viravam “caudas” (ao se unir atrás da Terra) se tornaram “asas”: cada parte foi para um lado, formando um V. Confira:

Cada parte foi para um lado, formando um V
ScienceDirect
Cada parte foi para um lado, formando um V

A cauda, então, quebrou o fluxo da magnetosfera e deixou vazar plasma. Foi uma espécie de “atalho” e via expressa do plasma da magnetosfera e do Sol.
O evento permitiu aos cientistas ver de perto o fenômeno das Asas de Alfvén, o que pode ajudar a entender melhor a física espacial — principalmente as áureas e auroras de outros planetas do Sistema Solar.

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