Pesquisas recentes desafiaram a crença de que apenas os humanos possuem a habilidade de produzir sons semelhantes à fala. Dois estudos inovadores destacam a capacidade dos chimpanzés de emitir vocalizações que se assemelham às palavras humanas, sugerindo que suas habilidades vocais foram subestimadas.
No primeiro estudo, pesquisadores analisaram foneticamente dois chimpanzés ao pronunciar a palavra "mamãe". As gravações mostraram que esses primatas conseguem produzir sílabas ao combinar a voz, a mandíbula e os lábios, alcançando contrastes fonéticos.
Um experimento adicional revelou que ouvintes humanos, sem conhecimento prévio das gravações, identificaram os sons como sílabas, principalmente "ma-ma". Esses resultados indicam que os grandes símios possuem a estrutura neural necessária para a fala, sugerindo que suas habilidades vocais foram subestimadas.
O segundo estudo discute as implicações dessas descobertas, abordando o medo popular de um cenário no estilo "Planeta dos Macacos", onde chimpanzés poderiam falar.
Cientistas, ao revisarem gravações antigas de chimpanzés em condições adversas, descobriram evidências de que esses primatas podem articular palavras, como "mãe".
O Dr. Axel Ekstrom, do KTH Royal Institute of Technology, explicou que a sobreposição das áreas cerebrais que controlam a mandíbula e a caixa de voz, presente nos humanos, permite a fala silábica, uma habilidade que poderia estar presente também nos chimpanzés.
Essa descoberta desafia a hipótese de Kuypers-Jurgens, que sugere a incapacidade dos chimpanzés de falar devido à falta dessa sobreposição.
Essas pesquisas indicam que os chimpanzés têm potencial para produzir vocalizações mais complexas do que se pensava anteriormente, o que pode levar a uma reavaliação de suas capacidades cognitivas e comunicativas.
A descoberta de que chimpanzés podem articular sons semelhantes à fala humana abre novas possibilidades para entender a evolução da linguagem e a relação entre humanos e nossos parentes mais próximos na árvore evolutiva.
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