Guilherme Boulos, deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo
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Guilherme Boulos, deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo

Guilherme Boulos , deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo , causou uma crise interna em seu partido ( PSOL ) após a contratação do Lula Guimarães , ex-marqueteiro de João Dória ( PSDB ), para integrar sua equipe de comunicação para a campanha pela prefeitura.

Além de já ter colaborado na campanha do ex-governador de direita, a agência em que Guimarães possui sociedade, a Benjamin Comunicação, realizou a campanha para o iFood , contrária ao movimento “ Breque dos Apps ” em 2020.

Na época, os trabalhadores de aplicativos de entregas se mobilizaram para buscar aumentos na taxa de remuneração, auxílio pandemia e outras reivindicações.

Segundo o jornal O Globo , alguns membros mais fiéis aos ideiais do partido avaliam como “inaceitável” a presença do publicitário na campanha e entendem que esse movimento é “mais um passo” em direção à política tradicional e temem que a legenda vá para um destino "onde a imagem criada por marqueteiros importa mais do que o movimento legítimo dos trabalhadores e que nossas figuras impulsionam".

Recentemente, além de trabalhar com Doria em 2016, Lula Guimarães trabalhou com  Geraldo Alckmin e Soraya Thronicke , nas campanhas para a presidência de 2018 e 2022.

De acordo com a última pesquisa DatafolhaBoulos lidera a disputa pela prefeitura de São Paulo com 32% das intenções de votos. O atual prefeito,  Ricardo Nunes (MDB) aparece na segunda posição com 24% da preferência, seguido de  Tabata Amaral (PSB) e  Kim Kataguiri (União).

Leia a nota na íntegra:

"A Folha de São Paulo noticiou nessa quinta feira a definição de Guilherme Boulos pela contratação do marqueteiro Lula Guimarães para sua campanha à prefeitura, informando ainda que ele trabalhará como contratado do PSOL.

Lula Guimarães é sócio da Benjamin Comunicação, agência publicitária contratada pelo iFood para atuar contra a mobilização de entregadores em 2020, o “Breque dos Apps”, atuando de maneira deliberada para combater e minar a liderança de figuras de esquerda entre os entregadores. A atuação da agência de Lula Guimarães contra o movimento de entregadores e algumas de suas lideranças é descrita e denunciada em reportagem da Agência Pública. A atuação da empresa, e de Lula Guimarães, fez com que fossem convocados em 2022 a prestar esclarecimentos na CPI dos Apps, na Câmara Municipal de São Paulo.

É inaceitável que o PSOL e a candidatura de Guilherme Boulos trabalhem com quem tem esse histórico de atuação. Isso vai além de ter trabalhado em campanhas de políticos tradicionais da direita paulista, como Geraldo Alckmin e João Doria, trata-se de uma prática antissindical das mais baixas e sujas, pois não atua na arena aberta da disputa política, mas sim com desinformação, método típico do bolsonarismo. E contra o movimento de trabalhadores de aplicativos, um dos setores mais precarizados e mais dinâmicos da classe trabalhadora, que estão há mais de 100 dias sem respostas na mesa de negociação mediada pelo governo e planejam mobilizações para a próxima semana.

A manutenção do contrato com Lula Guimarães significa, para Guilherme Boulos e a atual maioria da direção partidária em SP, mais um passo em direção à adaptação ao regime político brasileiro, uma adesão à forma “tradicional” de fazer política, onde a imagem criada por marqueteiros importa mais do que o movimento legítimo dos trabalhadores e que nossas figuras impulsionam.

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