O prefeito Eduardo Paes falou na Sapucaí
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O prefeito Eduardo Paes falou na Sapucaí

Quase 24 horas após o acidente que levou ao  amputamento da perna direita de Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, o prefeito Eduardo Paes comentou o caso ao chegar à Marquês de Sapucaí na noite desta quinta-feira, quando acontece o segundo dia de desfiles da Série Ouro, espécie de segunda divisão do carnaval carioca. Na véspera, a menina ficou presa entre um carro alegórico e um poste na dispersão da Avenida — ela precisou amputar a perna direita e está internada em estado gravíssimo no Hospital municipal Souza Aguiar.  Paes afirmou que prefere não considerar o episódio uma fatalidade e reconheceu que é preciso aumentar as medidas de segurança durante a folia.

Raquel, de 11 anos, que sofreu acidente com carro alegórico da Em Cima da Hora
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Raquel, de 11 anos, que sofreu acidente com carro alegórico da Em Cima da Hora

"Eu não acredito em fatalidade. A gente precisa passar a tomar um cuidado maior, e onde tiver criança tem que tomar um cuidado especial. E também temos de olhar muito para essa coisa da dispersão. A RioTur já cobrou isso tudo da Liga", assegurou o prefeito, sem se aprofundar sobre o que teria sido demandado junto ao órgão que administra os desfiles.

Paes contou que teve um encontro para tratar do tema, na manhã desta quinta-feira, com o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Oliveira Mattos de Souza. Ainda de acordo com o prefeito, outras reuniões aconteceram ao longo do dia, envolvendo entidades como Ministério Público, Juizado da Infância e Juventude e a própria RioTur, entre outras.

"Acidentes podem acontecer, é claro, mas essas crianças precisam estar muito bem observadas. Não dá para deixar dessa maneira, nem, repito, para tratar como fatalidade", reforçou o prefeito.

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Na entrevista, Paes preferiu não comentar a informação fornecida pelo Corpo de Bombeiros, que divulgou que nenhum carro alegórico das oito escolas que passaram pela Sapucaí no primeiro dia de desfiles da Série Ouro tinha autorização para tal. Uma das agremiações sem a vistoria, ainda conforme o divulgado pelos bombeiros, era justamente a Em cima da hora, cujo carro atingiu Raquel na dispersão. "O que a prefeitura faz é ajudar a organizar o evento, junto com a Liga. Isso aí é tarefa do Corpo de Bombeiros", desconversou o prefeito.

Por fim, Eduardo Paes criticou uma declaração de Wallace Palhares, presidente da Liga-RJ, entidade responsável por organizar os desfiles da Série Ouro. Na noite desta quinta-feira, o dirigente afirmou que o órgão  "não tem que dar suporte" para a família de Raquel, uma vez que o acidente ocorreu fora da Sapucaí. Palhares também defendeu que se trata de um problema "de polícia", citando inclusive que muitos se aproveitam da movimentação nos entornos da Sapucaí "para roubar tudo".

"Eu acho que (a fala) é lamentável. Todos nós temos que assumir as nossas responsabilidades nesse momento. Estamos falando da vida de uma criança. A prefeitura vai apurar até o fim e responsabilizar quem tiver de ser responsabilziado", garantiu Paes.

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