Momento da confusão e o deputado Glauber Braga, pouco antes, discursando na mesa diretora
Reprodução/redes sociais
Momento da confusão e o deputado Glauber Braga, pouco antes, discursando na mesa diretora

O deputado federal Glauber Braga (PSOL) ocupou a mesa diretora da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (9) e acabou sendo retirado à força pelos policiais legislativos.

Braga decidiu ocupar a mesa em protesto à decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), que colocou na pauta desta quarta-feira (10) a análise de uma possível cassação do seu mandato, por agressão a um manifestante. Assista ao momento da confusão:


Diante da recusa do deputado de sair da mesa, os policiais legislativos  começaram a esvaziar o plenário e a TV Câmara cortou a transmissão ao vivo. A imprensa também foi retirada.

Glauber ocupou a mesa na primeira fase da sessão da Câmara, que hoje pode votar projetos polêmicos e que estão na fila há meses.

Um deles é o PL da Dosimetria, apresentado em alternativa ao rejeitado projeto da anistia. A proposta pode reduzir a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros condenados pela tentativa de golpe de Estado.

Leia mais:  Pena de Bolsonaro: Motta decide pautar PL da Dosimetria hoje

Nesta primeira fase da sessão, os deputados podem fazer seus pronunciamentos de até cinco minutos; é o chamado Pequeno Expediente.

O caso

O caso envolvendo o deputado Glauber Braga teve um parecer recomendando a cassação aprovado pelo Comitê de Ética. Ele recorreu à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, mas o colegiado negou o recurso.

Na época, também em protesto,  Glauber decidiu permanecer acampado na Câmara, em greve de fome.

A denúncia foi apresentada pelo Partido Novo em abril de 2024.

Segundo a legenda, Glauber agrediu, dentro das dependências da Câmara, o membro do MBL, Gabriel Costenaro.

Segundo vídeos do episódio e os relatos colhidos ao longo do processo no Conselho de Ética, o deputado e Costenaro discutiram verbalmente, seguindo o desentendimento para empurrões e chutes do parlamentar contra o militante, em uma tentativa de retirá-lo à força das dependências da Câmara.


Glauber Braga se justificou alegando que o militante do MBL teria ofendido a honra de sua mãe, que faleceu poucas semanas depois do tumulto.

Segundo o relator, deputado Paulo Magalhães (PSD), não há dúvidas de que as agressões ocorreram, o que fere o Código de Ética da Câmara e apontam uma quebra de decoro do parlamentar, o que justificaria a cassação.

Posicionamento do parlamentar

Glauber comentou o caso em um comunicado. O parlamentar afirma que havia anunciado que permaneceria no plenário exercendo seu direito político para defender seu mandato. Ele ainda diz que foi retirado à força pela Polícia Legislativa a mando do presidente da Câmara, Hugo Motta.

"Em um ato inédito, algo que não ocorria desde a ditadura, a Presidência da Câmara, liderada por Hugo Motta, expulsou imprensa e assessores, cortou o sinal da TV Câmara e ordenou uma ação violenta contra um deputado no pleno exercício de suas funções. As deputadas Sâmia Bomfim e Célia Xakriabá também foram agredidas ao tentar impedir o abuso", escreveu Braga.

O texto afirma ainda que, enquanto "golpistas que ocuparam a Mesa da Câmara" seguem sem responsabilização, Glauber sofre violência justamente por enfrentar o orçamento secreto, denunciar injustiças e recusar anistia a quem atacou as conquistas democráticas.

O que aconteceu hoje é grave”, conclui a nota.

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