
A Polícia Federal prendeu Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na manhã desta quinta-feira (13). Os agentes cumprem mandados em nova fase da "Operação Sem Desconto", que descobriu descontos indevidos dos benefícios de aposentados e pensionistas.
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Stefanutto havia sido exonerado do cargo em abril, logo após a PF revelar as fraudes no INSS. Além da prisão do ex-presidente do instituto, os agentes cumprem outros nove mandados de prisão e 63 de busca e apreensão em 14 estados e no Distrito Federal.
De acrodo com apuração da TV Globo, a operação já prendeu seis pessoas. Entre elas estaria Antônio Carlos Antunes Camilo, o "Careca do INSS".
Completam a lista: Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT); Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer); Cícero Marcelino de Souza Santos, empresário também ligado à Conafer; e Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, também ligado à Conafer. O iG tenta confirmar as informações.
Novas ações
Segundo a PF, os investigados podem ter cometido inserção de dados falsos em sistemas públicos, formação de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de ocultar ou desviar bens.
As medidas são cumpridas nos estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no DF.
Fraude no INSS
As fraudes no INSS foram reveladas pela Operação Sem Desconto, em abril deste ano, que apurou desvios entre 2019 e 2024. O esquema envolvia repasses a entidades, como associações e sindicatos, sem autorização dos beneficiários.
A Polícia Federal estima que R$ 6,3 bilhões podem ter sido subtraídos. A investigação resultou em prisões, buscas e no afastamento do então presidente do INSS. Além disso, o instituto abriu processos contra 12 entidades suspeitas.
Os descontos indevidos estão sendo restituídos desde julho, e o governo estima que mais de 3,5 milhões de aposentados e pensionistas já receberam de volta cerca de R$ 2,44 bilhões.
