
A megaoperação das policiais Civil e Militar do Rio de Janeiro feita contra a facção Comando Vermelho (CV) na última semana, nos complexos da Penha e do Alemão, teve um balanço total de 118 armas apreendidas, sendo 93 fuzis. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado, o armamento de guerra tem origem de sete países.
Confira: STF cobra governo do RJ por informações sobre megaoperação
Os fuzis apreendidos incluem modelos usados em zonas de conflito, como na Síria e Iêmen, e causaram prejuízo estimado de R$ 12,8 milhões ao crime organizado, aponta o governo do Rio de Janeiro.
Modelos e origens diferentes

A secretaria de segurança divulgou que parte dos fuzis são de uso de Forças Armadas, tanto do Brasil quanto de países vizinhos. Outras, são modelos importados conhecidos pelo poder bélico, como a russa AK-47 e as estadunidenses AR-10 e AR-15.
De acordo com o governo, as armas têm origem em sete países: Alemanha, Argentina, Bélgica, Peru, Rússia, Venezuela e Brasil. Parte do material são de armas desviadas de militares e fuzis montados com peças contrabandeadas ou adquiridas legalmente na internet.
O rastreamento, conduzido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), descobriu os países de origem do armamento a partir dos modelos dos fuzis. Ao todo, foram identificados 16 fuzis AK-47, 21 AR-10, 28 AR-15, 12 do modelo G3, 14 do tipo FAL, além de um Benelli MR1 e um Mauser.
Os fuzis apreendidos estão sob perícia. A PCERJ informou que vai compartilhar dados com o Exército Brasileiro para rastrear a origem dos fuzis desviados.
Megaoperação
Todos os 93 fuzis foram apreendidos durante uma ação que contou com 2.500 agentes das polícias Civil e Militar na última terça (28), nos complexos do Alemão e da Penha. O objetivo era desarticular a expansão territorial do CV e prender líderes da facção.
Durante a megaoperação, 121 pessoas morreram, sendo quatro policiais e 117 suspeitos. Outros 113 criminosos foram presos, e 10 adolescentes apreendidos.
O secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, afirmou em coletiva que o narcoterrorismo se combate com inteligência, integração e ação coordenada, mas também com atuações ostensivas. Ele destacou que o trabalho de rastreamento das armas é essencial para atingir o núcleo financeiro e operacional das facções.
"Estamos diante de um arsenal típico de cenário de guerra. Essas armas são utilizadas nas guerras mais violentas do mundo contemporâneo, como da Síria e Iêmen. Identificar rotas e responsáveis pela chegada dessas armas ao Rio é o próximo passo para enfraquecer o poder bélico das organizações criminosas" , afirmou.
