Polícia Federal indiciou esposa e filha de prefeito de João Pessoa por ligação com facção
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Polícia Federal indiciou esposa e filha de prefeito de João Pessoa por ligação com facção


A Polícia Federal da  Paraíba indiciou a mulher e a filha do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), por crime eleitoral, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As acusadas se dizem inocentes.

Segundo a PF, a  primeira-dama Lauremília Lucena e a filha Janine Lucena, ex-secretária municipal de saúde, teriam um acordo com membros da facção criminosa Nova Okaida, com quem teriam negociado cargos na prefeitura. Em troca, os criminosos dariam apoio ao grupo do prefeito e restringiriam o acesso de políticos rivais a comunidades.

Outras dez pessoas também foram indiciadas. O prefeito, candidato à reeleição, não está entre elas. No primeiro turno, Lucena teve 49% dos votos . A disputa no segundo turno é contra Marcelo Queiroga (PL).

Investigação da PF

De acordo com a PF, a divisão de tarefas foi “claramente evidenciada”. Durante as investigações, a PF descobriu diálogos entre a primeira-dama, sua filha e intermediários com integrantes da facção.

As conversas tratavam da nomeação de indicados pela facção para cargos públicos. Em troca, se discutia o apoio à reeleição da vereadora Raíssa Lacerda (PSB) e do prefeito. Raíssa também chegou a ser presa.

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Segundo apurou a PF, a primeira-dama seria a pessoa responsável por dar cargos e gratificações a pessoas ligadas à facção. Diálogos dela e de sua secretária pessoal revelaram que a facção chegou a pedir mudança de nomeações quando um dos membros era preso.

De acordo com o relatório da investigação, as vantagens são “mútuas e retroalimentadas”. “O crime organizado presta o apoio em troca de indicação para cargo público. Os demais atores são beneficiados pelos votos e pelo controle de território, seja nas eleições proporcionais, seja nas eleições majoritárias”, diz trecho do relatório da PF obtido pelo UOL.


O que diz a defesa das investigadas

Em nota, o advogado de defesa da primeira-dama e da filha do prefeito diz que elas foram "indevidamente indiciadas" e que as acusações "não correspondem à realidade dos fatos". Segundo ele, as mulheres não possuem qualquer envolvimento com as práticas criminosas que estão sendo atribuídas a elas.

"O processo judicial será conduzido com o devido rigor legal, e a defesa confia plenamente que, no momento oportuno, a Justiça prevalecerá, assegurando a absolvição de ambas as indiciadas, comprovando sua inocência", concluiu.

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