O ex-presidente Collor (esquerda) ao lado do sobrinho, de mesmo nome, e de Thereza, mãe do candidato
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O ex-presidente Collor (esquerda) ao lado do sobrinho, de mesmo nome, e de Thereza, mãe do candidato


Mais de 30 anos após o impeachment da Presidência da República, Fernando Collor de Mello e a ex-cunhada Thereza Collor participaram, juntos, de um ato de campanha eleitoral em  Maceió na noite desta quinta-feira (3), do sobrinho homônimo do ex-presidente.

Os dois estavam juntos em uma carreata do candidato Fernando Collor — apesar do mesmo nome, ele é sobrinho do ex-presidente , filho de seu irmão Pedro e de Thereza Collor .

Thereza e Fernando estavam afastados desde 1992 quando Pedro Collor, irmão do ex-presidente com quem Thereza era casada, fez denúncias que resultaram no processo de impeachment do irmão mais velho.

Sem mandato pela primeira vez em uma eleição desde 2007, Collor entrou, na reta final, na campanha do sobrinho, que utiliza amplamente a imagem do tio. Na carroceria de uma camionete, os três percorreram o bairro do Vergel do Lago, local onde historicamente Collor tinha uma das maiores bases de votos.

Quem é Thereza Collor

Thereza teve um papel importante em 1992 ao apoiar as denúncias que o marido, Pedro, fez contra o irmão. Seu destaque na mídia gerou até um apelido de "musa do impeachment”, com direito a posar para diversas capas de revistas.

Pedro Collor morreu de câncer em 1994. Após isso, Thereza chegou a ser secretária de Turismo de Alagoas entre 1995 e 1998 e foi candidata a deputada federal em 2018 pelo PSDB, sem ser eleita.

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Em 2018, Thereza chegou a repudiar o apoio do PSDB ao ex-presidente ao governo de Alagoas. Collor foi eleito, mas renunciou pouco depois. "É muito triste para mim, que cortei da própria carne para combater esquemas nefastos para o Brasil, ver meu próprio partido, ao qual estou filiada há 20 anos, se aliar regionalmente à esta candidatura ao governo de Alagoas", disse ela em nota.

Em janeiro deste ano, o UOL apurou que Thereza e os dois filhos pediram à Justiça de Alagoas que Fernando Collor deixe de ser considerado sócio das empresas da família, a OAM (Organização Arnon de Mello), administradas pelo ex-presidente. O objetivo é evitar que a herança deixada por Pedro a Thereza e seus filhos seja usada para pagar dívidas milionárias do grupo.

Herdeira de metade dos bens do marido, Thereza alegou ter feito o acordo por saber que Pedro e Fernando tinham uma relação ruim. Os desentendimentos entre eles culminaram com o impeachment do então presidente, em 1992. No STF, porém, Collor foi absolvido por falta de provas, em 2014.


O impeachment

Em 1992, Pedro Collor, com apoio de Thereza, acusou o irmão de corrupção em uma matéria feita pela revista Veja. O caso desencadeou investigações que levaram ao impeachment, como o caso do "Esquema PC Farias", que mostrou a utilização de artifícios ilegais para arrecadar mais de 15 milhões de reais pelos envolvidos, além de movimentar mais de um bilhão de reais nos cofres públicos.

Collor renunciou ao cargo em dezembro do mesmo ano, mas o processo deu seguimento e resultou na cassação de seu cargo. Ele ficou inelegível por oito anos.

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