Em Brasília (DF) , uma das principais florestas está pegando fogo desde o dia 14 de setembro , provocando uma camada cinza de fumaça e fuligem que cobre a cidade. Mais de 6% da área do Parque Nacional de Brasília , situado a poucos quilômetros do centro da capital, já foi consumida pelas chamas. O incêndio teve origem criminosa e se alastrou com muita facilidade, às vezes de forma subterrânea, passando por baixo de rios, queimando matas de galeria do cerrado a partir da raiz.
A situação da neblina cinzenta se repete em quase todas as capitais do Brasil. Em Porto Velho (RO) , a fumaça tem origem nos grandes incêndios da região amazônica , que sofre com a estiagem e com os efeitos do desmatamento. A taxa de incêndios na floresta dobrou em relação a 2023: foram mais de 30 mil focos de queimada de 1º a 16 de setembro, contra 26 mil em todo o mês no ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em Porto Alegre (RS) , mesmo sem incêndios locais, os moradores relatam dificuldade de respirar por causa da poluição. Na cidade também já aconteceu o fenômeno da chuva preta , quando as águas da chuva se juntaram à fuligem de queimadas.
De acordo com dados do Copernicus, no dia 13 de setembro a concentração de partículas finas no ar da capital gaúcha chegou a ficar 394% superior à média registrada para setembro entre 2017 e 2023.
Quase todas as capitais com ar poluído
O Copernicus, programa de monitoramento de mudanças climáticas que verifica a qualidade do ar, apontou que de 11 a 18 de setembro praticamente todas as capitais brasileiras tiveram alguma piora em relação aos registros anteriores para o mês. A única exceção foi Teresina , capital do Piauí .
O serviço de monitoramento, pertencente à União Europeia, faz estimativas diárias da qualidade do ar no mundo por observações em satélites.
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A cidade de São Paulo chegou a ser a metrópole com a pior qualidade do ar do mundo na semana passada, com o ápice de 81 microgramas de PM 2,5 (poluentes com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros) por metro cúbico no dia 10, de acordo com medição do site suíço IQAir, que usa outra metodologia. O nível considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de apenas 5 microgramas.
Em Campo Grande e outras cidades de Mato Grosso do Sul, o ar chegou a ficar quase 17 vezes mais poluído do que o limite estipulado pela OMS. De acordo com o Copernicus, o ar da cidade chegou a ficar 372% pior que a média no dia 15 de setembro. No Centro-Oeste, a poluição tem origem nos incêndios do Pantanal , além de queimadas na Bolívia, Paraguai e no Norte brasileiro.
Problema para toda a América do Sul
Muito além do Brasil, a América Latina no geral sofre com as queimadas e o tempo seco. De acordo com o Inpe, o continente quebrou o recorde de incêndios anuais no dia 11 de setembro; foram registrados até a data 346,1 mil focos de queimada em todos os 13 países sul-americanos, ultrapassando o recorde registrado para o período em 2007, de 345,3 mil casos.
O Brasil sozinho bateu a marca de 180 mil focos de incêndio em 2024, em mais de 224 mil km² de área queimada até o final de agosto.
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