![Em vez de novo dia de greve, os trabalhadores optaram por realizar um ato de protesto Em vez de novo dia de greve, os trabalhadores optaram por realizar um ato de protesto](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/br/n9/o5/brn9o55be6gyd4tdbv4fvoc4p.jpg)
O Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo rejeitaram a deflagração de uma nova greve no sistema de transporte sobre trilhos após uma assembleia realizada na noite de quinta-feira (5). Em vez disso, o sindicato realizará “uma grande manifestação em frente ao Cidade 2 no dia 9/10”.
“Os metroviários aprovaram que, em caso de greve, se fizesse o desafio ao governador da liberação de catracas. Não vai haver greve, mas essa decisão reafirma que a disposição dos metroviários é lutar por direitos e não prejudicar o trânsito da população. Por fim, a categoria metroviária e o Sindicato enviou carta ao governo solicitando reunião de negociação, aguardamos resposta. Dia 9/10 (segunda-feira), no Edifício Cidade 2, todos ao Ato unificado!”, diz um comunicado oficial no site do sindicato.
A proposta de paralisação se deu como resposta a um edital de terceirização do metrô para o cargo de agentes de estações, com pregão marcado para terça-feira (10), e do pátio Oratório da linha 15-prata do monotrilho, marcado para o dia 17 de outubro.
A última paralisação reuniu trabalhadores do metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) num movimento unificado contra a privatização dos serviços de transporte, abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Criminalização de movimentos trabalhistas
A greve causou transtornos à população, como a lotação dos ônibus, engarrafamentos e dificuldades para usar aplicativos de transporte particular, causando revolta dos usuários do metrô contra a gestão estadual.
O sindicato chegou a negociar a liberação das catracas no lugar da paralisação do serviço , mas o governo não acatou a proposta, atacou os sindicalistas e defendeu a privatização como solução - ignorando que em um ano, foram registradas 132 nas linhas de trem privadas.
“Quais são as [linhas] que estão em funcionamento hoje? As que foram transferidas para a iniciativa privada. Essas linhas não estão deixando o cidadão na mão”, disse o governador. Ironicamente, no dia da paralisação, a Linha 9-Esmeralda, concedida à ViaMobilidade, apresentou “mini explosões” e precisou ser paralisada.
Além dos ataques por parte do governador, na quarta-feira (4) a presidente do Sindicato dos Metroviários e Metroviárias, Camila Lisboa, foi convocada por apoiadores de Tarcísio e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para “prestar esclarecimentos” sobre a greve na Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara dos Vereadores.
O sindicato se manifestou em defesa de Camila, argumentando que “esse procedimento, utilizado recentemente pela extrema direita também contra o MST no Congresso Nacional, visa criar um clima de repressão e intimidação contra as lideranças do movimento grevista unificado contra as privatizações do Metrô, da Sabesp e da CPTM que mostrou muita força na greve unificada no último dia 3/10”.
“Com muita luta dos trabalhadores se conquistou o direito de greve no Brasil, que não é crime (...) O Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo repudia essa campanha baixa, mentirosa e ilegal dos aliados do governador Tarcísio na Câmara dos Vereadores e reafirma seu compromisso em seguir lutando, junto aos movimentos sociais, contra as privatizações em curso.”