O Ministério Público Federal ( MPF ) do Rio de Janeiro suspeita que os policiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal) deram mais de três tiros durante ação que matou Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, após uma abordagem na Baixada Fluminense . Por conta disso, o órgão pediu à Polícia Federal que uma nova perícia seja realizada.
O agente Fabiano Menacho Ferreira, autor dos disparos, relatou que atirou três vezes contra o carro da família da vítima. Um deles atingiu a cabeça da menina.
“Pelas fotografias tiradas pelos agentes, mostram mais tiros do que consta no laudo da Polícia Civil. Nós precisamos saber exatamente a posição, a trajetória das balas", disse Eduardo Benones, coordenador do Núcleo Externo da Atividade Policial do MPF-RJ.
Heloísa morreu na manhã de ontem (16) ao sofrer uma parada cardiorrespiratória . Ela estava internada há nove dias no Hospital Adão Pereira Nunes em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Os agentes, Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos tiveram pedido de prisão preventiva apresentada pelo MPF . Segundo Benones, 28 oficiais da PRF foram até o hospital após o incidente, o que foi visto como uma tentativa de intimidar a família.
Ainda, os policiais afirmaram que realizaram os disparos porque haviam ouvido um tiro e verificaram que o carro em que a menina estava era roubado. A família nega ter ouvido um tiro e diz não saber que o carro era roubado.
"Tem um agravante: ainda que o veículo seja um veículo roubado ou furtado, quando você toma uma atitude dessa, o que você fez no balanço dos valores foi valorizar mais a propriedade que é o carro do que a vida humana. Isto é muito grave”, afirmou o procurador Benones.
Após a morte de Heloísa, a PRF emitiu uma nota. “Solidarizamo-nos com os familiares, neste momento de dor, e expressamos as mais sinceras condolências pela perda”, disse. O órgão informou também que a Comissão de Direitos Humanos segue acompanhando a família “para acolhimento e apoio psicológico”.