Apontado como principal suspeito de assassinar a ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) em 2018, Ronnie Lessa revelou ter sido ajudado em 2009 pelo então deputado federal Jair Bolsonaro (PL) para que ele tivesse prioridade em um atendimento na ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação). Ele diz, porém, que mal conhece o atual chefe do Executivo.
Lessa, 51 anos e ex-morador do mesmo condomínio em que morava Jair Bolsonaro, está preso desde dezembro de 2020 na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
Apesar de ter sido vizinho de Bolsonaro e de ter recebido a ajuda do político, Lessa diz que se viu o presidente "cinco vezes na vida, foi muito".
"É um cara esquisito (...) Um dia cumprimenta, outro não, e mesmo assim só com a mãozinha. E nunca vi os filhos dele", disse à Veja.
Em 2009, Lessa recebeu prioridade na ABBR para ser atendido na associação. Na época, o ex-policial perdeu parte da perna esquerda após a explosão de uma bomba dentro de seu carro e recebeu uma prótese da ABBR. Segundo ele, Bolsonaro o ajudou por 'gostar de ajudar quem é da polícia'.
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Lessa nega ter assassinado Marielle
À Veja, o ex-policial diz não ter qualquer envolvimento no assassinato da ex-vereadora. Segundo ele, o principal suspeito deveria ser o ex-capitão Adriano da Nóbrega, morto em 2020 pela polícia.
Segundo Lessa, Adriano "estava num patamar em que não entrava mais num carro para dar tiro em ninguém, mas tenho quase certeza de que o grupo dele fez".