Jairinho na audiência do caso Henry Borel
Reprodução/Agência O Dia
Jairinho na audiência do caso Henry Borel

O advogado Lúcio Adolfo da Silva encaminhou, nesta quarta-feira, dia 16, uma petição a juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, informando que “não anuiu tampouco teve conhecimento” de nenhum dos chamados substabelecimentos — transferência de poderes para outros advogados —apresentados no processo em que o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, é réu com a ex-namorada, Monique Medeiros da Costa e Silva, por torturar e matar Henry Borel Medeiros .

Desde a semana passada, a também advogada Flávia Fróes transferiu poderes aos colegas Claudio Dalledone Júnior, Karina Oliveira Marinho, Bruno Mattos Albernaz de Medeiros, Natália Gomes da Silva, Letícia Farah Lopes e Fabiano Tadeu Lopes para atuarem na ação.

Na petição, Lúcio informa que “não anuiu tampouco teve conhecimento de nenhum dos substabelecimentos apresentados nos autos, não condizendo com a estratégia defensiva por este advogado definida, bem como não responde pelo conteúdo dos peticionamentos. A exemplo disso, o pedido de reconsideração apresentado, embora conste o nome deste advogado não é de sua lavra. Vale registrar que o único ato assinado por este advogado foi por ocasião da audiência de interrogatório da corré Monique. Imperioso o registro de tais fatos para que cada um eventualmente responda pelos seus atos, sobretudo para que o réu não permaneça indefeso”.

Lúcio Adolfo da Silva e Telmo Bernardo Batista assumiram a defesa de Jairinho no lugar de Braz Sant’Anna, que renunciou ao mandato após Monique afirmar ter sido ameaçada por Flávia Fróes, contratada pela família dele para fazer uma investigação paralela do caso. Ela a visitou no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, Zona Norte, e a teria obrigado a assumir a culpa pelos crimes e dito que ela seria transferida ou seria “pega” na cadeia.

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Na ocasião, Braz Sant’Anna alegou ao Globo que a saída do caso se deu por questões de foro íntimo . Ele o defendia desde a prisão do casal, pelo delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca) e responsável pelo inquérito, em 8 de abril do ano passado. O advogado acompanhou o início da instrução do processo, que incluiu as audiências nas quais foram ouvidas as testemunhas de defesa e de acusação.

Braz Sant’Anna chegou a divulgar uma nota de repúdio pela suposta interferência de Flávia Fróes no processo. “Na condição de advogados regularmente constituídos para a defesa de Jairo Souza Santos Junior nos autos dos processos criminais em trâmite na Justiça do Estado do Rio de Janeiro, diante dos fatos veiculados pela imprensa, manifestamos a nossa indignação acerca da conduta praticada pela advogada Flávia Froes que, para além de antiética, caracteriza, em tese, deplorável prática delituosa”, dizia o comunicado.

Lúcio defendeu o goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e três meses pelo homicídio e ocultação de cadáver da modelo Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho  — a pena foi aumentada porque o jogador foi considerado o mandante do crime e reduzida pela confissão do atleta. Já Telmo Bernardo Batista representou o pai do pastor Anderson do Carmo na assistência de acusação contra a ex-deputada federal Flordelis dos Santos Souza, acusada de ser a mandante da morte do marido .

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