O médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, constituiu dois novos advogados no processo em é réu com a ex-namorada, Monique Medeiros da Costa e Silva, por torturar e matar Henry Borel Medeiros. Uma procuração assinada por ele nomeando Lúcio Adolfo da Silva e Telmo Bernardo Batista foi encaminhada a juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri.
Eles assumem a defesa no lugar de Braz Sant’Anna, que renunciou ao mandato após a professora afirmar ter sido ameaçada pela também advogada Flávia Fróes, contratada pela família dele para fazer uma investigação paralela do caso. Ela a visitou no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, Zona Norte, e a teria obrigado a assumir a culpa pelos crimes e dito que ela seria transferida ou seria “pega” na cadeia.
Lúcio Adolfo da Silva defendeu o goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos e três meses pelo homicídio e ocultação de cadáver da modelo Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho — a pena foi aumentada porque o jogador foi considerado o mandante do crime e reduzida pela confissão do atleta. Já Telmo Bernardo Batista representou o pai do pastor Anderson do Carmo na assistência de acusação contra a ex-deputada federal Flordelis dos Santos Souza, acusada de ser a mandante da morte do marido.
Ao GLOBO , Braz Sant’Anna alegou que a saída do caso se deu por questões de foro íntimo e informou que irá aguardar que a família de Jairinho constitua um novo nome para atuar no processo. Ele o defendia desde a prisão do casal, pelo delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca) e responsável pelo inquérito, em 8 de abril do ano passado. O advogado acompanhou o início da instrução do processo, que incluiu as audiências nas quais foram ouvidas as testemunhas de defesa e de acusação.
Na última semana, Braz Sant’Anna chegou a divulgar uma nota de repúdio pela suposta interferência de Flávia Fróes no processo. “Na condição de advogados regularmente constituídos para a defesa de Jairo Souza Santos Junior nos autos dos processos criminais em trâmite na Justiça do Estado do Rio de Janeiro, diante dos fatos veiculados pela imprensa, manifestamos a nossa indignação acerca da conduta praticada pela advogada Flávia Froes que, para além de antiética, caracteriza, em tese, deplorável prática delituosa”, dizia o comunicado.