A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou, nesta quarta-feira (1), uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), em que acusa os procuradores que fizeram parte da Operação Lava Jato de tentar articular uma posição no discurso de Jair Bolsonaro na ONU sobre o petista. A informação foi publicada pelo jornalista Jamil Chade, do portal Uol.
A acusação da defesa tem como base novos trechos de conversas e mensagens entre os procuradores, e que fazem parte do material apreendido na Operação Spoofing.
Na petição, a defesa de Lula indica que "novos diálogos e documentos extraídos do material oficial antes referido (Operação Spoofing), reforçam que os membros da 'Força-Tarefa da Lava Jato', além de terem praticado grosseiras e irreversíveis violações aos direitos humanos do Reclamante (Lula), também assumiram a própria linha de manifestação do Estado brasileiro perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU, com a aquiescência dos órgãos de Estado envolvidos".
"Trata-se de uma verdadeira captura ou aparelhamento do Estado que também ocorreu no plano nacional para viabilizar a prática de lawfare especialmente contra o Reclamante (Lula)", diz a petição.
Ainda segundo a defesa do petista, procuradores da Lava Jato se encontraram com membros da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU) para tratar de "casos no exterior".
"Vale dizer, além de terem capitaneado acusações e condenações indevidas contra o Reclamante, os membros da 'Lava Jato' interferiram politicamente até mesmo na posição do Estado brasileiro no comunicado individual que tramita no Comitê de Direitos Humanos da ONU — interagindo, para essa finalidade, com diversos atores políticos antagônicos ao Reclamante", afirma a defesa.
Em 2016, a defesa de Lula apresentou uma queixa ao Comitê de Direitos Humanos, da ONU, alegando violações no processo contra o ex-presidente e questionando a imparcialidade do então juiz da Lava Jato, Sério Moro. O caso ainda está em tramitação.