Reféns foram utilizados como 'barreira humana' para evitar chegada da polícia
Reprodução/TV Globo
Reféns foram utilizados como 'barreira humana' para evitar chegada da polícia

A Polícia Militar de Santa Catarina encontrou um galpão usado pelos criminosos que assaltaram uma agência bancária em Criciúma , no sul do estado . O espaço fica em Içara, cidade a cerca de 9 quilômetros de Criciúma. A informação é do G1.

Durante o ataque, ocorrido na noite de segunda-feira (30), houve intensa troca de tiros . Os bandidos bloquearam a cidade e funcionários da prefeitura foram feitos reféns . Um PM ficou ferido e está internado em estado grave.

"Este galpão foi usado para pintura dos carros. Eles pintaram alguns veículos, picharam de uma cor clara e pintaram de preto . Com spray ali, com esse compressor, minicompressor. Então isso foi utilizado momentos antes do início da ação criminosa", disse o subcomandante-geral da PM, Marcelo Pontes.

O Instituto Geral de Perícias (IGP) informou que nove dos 10 carros usados pelos criminosos na fuga eram blindados e foram pintados de preto para camuflagem.

Marcelo Pontes também disse ver semelhanças entre o roubo de Criciúma e os recentes ataques a agências em Sorocaba e Botucatu, no interior paulista.

"A similaridade aconteceu com a ocorrência de Botucatu. Fiz contato com o comandante lá e basicamente ele até indicou, talvez a participação de alguns criminosos, inclusive com qualificação, e a forma como atuaram : atiraram contra o quartel, em torno de quarenta masculinos, então as características são semelhantes as que nós enfrentamos aqui", disse Pontes.

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As polícias catarinense e paulista estão trocando informações e algumas evidências que ligam os diferentes episódios foram levantadas. Pelo menos três carros blindados usados pelo bando foram roubados em São Paulo. Alguns explosivos usados em Criciúma foram também encontrados num assalto a banco em Ourinhos (SP), em maio. Por fim, por meio de uma comparação de imagens de câmeras de segurança das agências bancárias, a polícia investiga a participação de um mesmo criminoso em ambas as ações.

Um dos carros usados em Criciúma abasteceu num posto de Gasolina em Campinas, interior de São Paulo, no último sábado, segundo a TV Globo.

Contexto

Segundo o 9ª Batalhão da Polícia Militar (9º BPM), cerca de 30 homens encapuzados iniciaram a ação com armas de grosso calibre (5.56, 7.62 e .50). Os criminosos efetuaram diversos disparos, às 23h40, em direção ao Batalhão atingindo vários cômodos. A prefeitura da cidade pediu ajuda a batalhões de municípios vizinhos e também para cidades do Rio Grande do Sul.

Cerca de 10 minutos depois, veículos da Rádio Patrulha da PM cruzaram com um dos veículos utilizados pelos criminosos e trocaram tiros. Ninguém morreu, mas o soldado Jeferson Luiz Esmeraldino, de 32 anos, foi atingido por um disparo na região do abdômen e levado para o Hospital São José. Ele passou por três intervenções cirúrgicas, apresenta um quadro de hemorragia e, segundo a PM, o estado de saúde dele é gravíssimo.

Em seguida, os criminosos foram em direção a área central de Criciúma , fecharam ruas, abordaram alguns veículos e iniciaram uma série de disparos. Para efetuar o roubo, eles utilizaram explosivos e pessoas foram feitas reféns. Em uma das ruas da cidade, elas foram obrigadas a sentar no meio da pista. Os bandidos também construíram bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia ao local do crime.

Os criminosos conseguiram fugir em direção a cidade de Nova Veneza, por volta de 2h da manhã, mas deixaram parte do dinheiro espalhado pelas ruas. Também foi confirmada a utilização de um caminhão de lixo para realizar o roubo.

Já na manhã desta terça-feira (01),  quatro pessoas da cidade foram detidas depois de recolherem R$ 810 mil que ficaram jogados no chão após a explosão durante o assalto . Segundo a Polícia Civil, eles foram encontrados em um apartamento com o dinheiro dentro de duas malas. Dois suspeitos de 24 anos e outros dois de 27 e 28 anos devem ser encaminhadas ao Presídio Regional. Além disso, a polícia encontrou espalhado pelas ruas cerca de R$ 300 mil.

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