Garoto de 14 anos, João Pedro Mattos Pinto, foi morto em casa durante operação policial.
Reprodução Redes Sociais
Garoto de 14 anos, João Pedro Mattos Pinto, foi morto em casa durante operação policial.

Foram 17 horas de angústia até os pais de João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, descobrirem o paradeiro do filho, que havia sido atingido por um disparo durante operação no Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. O adolescente estava no Instituto Médico Legal (IML) daquele município. A morte dele gerou comoção nacional. Desde a noite de segunda-feira, o primo dele Daniel Blaz, de 21 anos, clamava por informações no Twitter, pedindo ajuda desesperadamente por qualquer dado sobre a localização de João.

Leia também: Família passa horas procurando garoto de 14 anos morto em ação e levado pela PM

O post repercutiu, gerando milhares de compartilhamentos. Diante do desfecho da história, usuários do Twitter, incluindo personalidades do meio artístico e da política, se manifestam, repudiando a morte do adolescente, que estava em casa, na companhia de parentes.

O nome João Pedro permanece nos assuntos mais comentados do microblog na noite desta quarta-feira, com mais de 510 mil menções. Também são usadas hashtags como #JoãoPedroPresente, #JusticaParaJoãoPedro e #VidasNegrasImportam.

Leia também: Moradores de Paraisópolis querem acampar em avenida até serem ouvidos por Doria

A publicação abaixo refere-se à adaptação cinematográfica do livro "O ódio que você semeia", que aborda a violência policial contra negros nos Estados Unidos, publicado em 2017 por Angie Thomas.

"Quando as horas foram passando e nada de achar ele em nenhum hospital, ninguém da polícia sabia informar nada. Foi desesperador", disse o primo da vítima, autor das postagens que viralizaram.

Leia também: Paraisópolis: mobilização substitui poder público no enfrentamento da Covid-19

'Única maneira que eu encontrei de ter voz'

Daniel contou que viu na internet a oportunidade de, enfim, ser ouvido diante daquela situação desesperadora, após tantos pedidos por informações depois que o menino fora socorrido de helicóptero da Polícia Civil, deixando a família sem saber sobre o que aconteceria em seguida.

Você viu?

"Então eu não vou me calar nunca. Estou um pouco assustado com toda essa repercussão que eu causei, mas foi a única maneira que eu encontrei de ter voz. Sim, com certeza, acredito muito no poder que a internet tem, mas infelizmente muitas vezes, ela é usada para o mal", acrescentou o rapaz.

Leia também: Polícia investiga homicídios em operação no Alemão e divulga lista de mortos

O caso de João Pedro também jogou luz a outra história registrada no mesmo dia, mas em Acari, na Zona Norte do Rio. Nas redes sociais, repercutem ao mesmo tempo publicações que lamentam a morte do jovem Iago César Gonzaga, de 21 anos, que também teria sido morto durante uma operação policial.

O Instituto Marielle Franco foi um dos perfis no Twitter a homenagearem ambas as vítimas. Alguns dos posts trouxeram desenhos feitos como tributo aos jovens mortos, tendo sido publicados por seus próprios artistas e replicados por diversos usuários do microblog.

Veja, abaixo, a publicação do primo de João Pedro denunciando o desaparecimento dele: 


    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!