Familiares aguardam trabalho da perícia nos corpos dos mortos durante rebelião em presídio de Altamira (PA). Máscaras são usadas por conta do mau cheiro
Maycon Nunes Ag. Pará - 1.8.19
Familiares aguardam trabalho da perícia nos corpos dos mortos durante rebelião em presídio de Altamira (PA). Máscaras são usadas por conta do mau cheiro

Das vítimas da rebelião no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), no Sudeste do Pará, mais da metade não tinha sido condenada. Entre os 62 presos mortos
no massacre da última segunda-feira , 38 eram provisórios, conforme informou a Ordem dos Advogados do Brasil ( OAB ) do estado paraense. Segundo o levantamento, 21 eram
condenados e cumpriam a execução da pena. Três não foram localizados pelo órgão em consulta ao Tribunal de Justiça do Pará.

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No dia do massacre, o maior na história do estado e o segundo maior do Brasil, 311 presos estavam dentro da unidade prisional de Altamira — o equivalente a 49% acima
da capacidade total do presídio de 208 pessoas, segundo a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).

Em um relatório preliminar, a comissão informou que 145 detentos eram provisórios, ou seja, não tiveram seus processos julgados; 80 eram condenados e 86 eram presos
condenados e provisórios, que receberam a sentença por um processo, mas ainda respondiam por outros. O documento ainda aponta que apenas 11 agentes prisionais estavam
trabalhando na data da rebelião.

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De acordo com o relatório de inspeção da unidade feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o presídio de Altamira tinha a capacidade projetada para 163 vagas e
contava com 33 agentes penitenciários. O parecer do CNJ apontou ainda como péssimas as condições do presídio, e que o número de agentes na unidade penal era pequeno em
relação a quantidade de internos, que "já estava em vias de ultrapassar o dobro da capacidade projetada", conforme escrito no documento.

O massacre

Detentos do Centro de Recuperação Regional de Altamira fizeram uma rebelião deixando 57 mortos na ocasião — 16 deles decapitados —, na manhã de segunda-feira (29). Durante o massacre, os presos também atearam fogo em uma área da unidade penal, causando a morte dos outros 41 internos. No dia seguinte, um outro corpo foi encontrado carbonizado sob os escombros do presídio.

Na mesma noite, quatro presos envolvidos no ocorrido morreram , dentro de um caminhão-cela da Superintendência do Sistema Penal do Estado do Pará (Susipe) que fazia a
transferência de trinta detentos para Marabá. Ao todo, 62 internos morreram por causa do massacre, que teria sido motivado por uma briga entre facções criminosas .

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Veja a lista dos 62 mortos e a situação penal de cada um

Presos provisórios identificados

Adriano Moreira de Lima

Bruno Whesley de Assis Lima

Deiwson Mendes Correa

Efrain Mota Fereira

João Pedro Pereira dos Santos

Natanel Silva do Nascimento

Rivaldo Lobo dos Santos

Evair Oliveira Brito

Presos provisórios não identificados

Admilson Bezerra dos Santos

Ailton Saraiva Paixão

Alan Kart G. Rodrigues

Amilton Oliveira Camara*

Anderson dos Santos Oliveira

Anderson Nascimento Sousa

Bruno Rogério Andrade da Silva*

Cleomar Silva Henrique

Diego Aguiar Figueiredo

Diego Wallison de Sousa Reis*

Douglas Gonçalves Viana

Edson Costa de Macedo

Francisco Claudizzio da Silva Ferreira*

Geidson da Silva Monteiro

Hugo Vinicius Carvalho

Itamar Anselmo Pinheiro

José Brandão Barbosa Filho

Josivan de Jesus Lima*

Josicley Barth Portugal

Josué Ferreira da Silva

Junior da Silva Santos

Kawe Reis Barbosa

Leonardo Dias Oliveira

Marcos Saboia de Lima

Renan da Silva Souza

Rogério Pereira de Souza

Vanildo de Souza Guedes

Wesley Marques Bezerra

Werik de Sousa Lima (estava em procedimento de transferência)

José Ítalo Meireles de Oliveira (estava em procedimento de transferência)

Presos condenados identificados

Carlos Reis Araújo

Deusivan da Silva Soares

Eliesio da Silva Sousa

Ismael Souza Veiga

Jelvane de Sousa Lima

Josivan Irineu Gomes

Nathan Nael Furtado

Gilmar Pereira de Sousa

Presos condenados não identificados

Alessandro Silva de Lima*

Diogo Xavier da Silva

Domingos Fernandes Castro da Silva

Delimarques Teixeira Pontes

Jeova Assunção da Silva

João Nilson Felicidade Farias

José Francisco Gomes Filho

Luilson da Silva Sena

Sandro Alves Gonçalves

Valdecio Santos Viana

Maurinei Andrade

Dhenison de Souza Ferreira (estava em procedimento de transferência)

Valdenildo Moreira Mendes (estava em procedimento de transferência)

Sem resultados de processos no TJ-PA

Alan Patrick dos Santos Pereira

André Carlos Sousa Patricio

Clevacio Soares Queiroz

*Grafia diferente da divulgada na lista oficial da Susipe

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