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Ministro da Justiça diz que governo federal não tinha informações de inteligência sobre uma possível rebelião em Altamira, no interior do Pará

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Isaac Amorim/MJSP - 30.7.19
Remédio para massacres é isolar e não soltar os presos, diz Sergio Moro

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quarta-feira (31) que a solução para problemas como o massacre ocorrido em Altamira, no Pará, em que 58 presos foram mortos , não será alcançada libertando os detentos, mas isolando os líderes das facções criminosas. As declarações foram dadas após evento para celebrar os 91 anos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e homenagear policiais mortos.

"Desde que aconteceu o fato, cedemos novas vagas em presídios federais. O remédio para isso é isolar as facções. Não é colocar criminosos soltos. Não se resolve do crime violento simplesmente libertando esses presos. Temos que isolar essas lideranças criminosas", disse Moro .

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Segundo o ministro, houve informações de inteligência sobre a possibilidade de rebeliões na Região Metropolitana de Belém, tanto que alguns presos foram transferidos de lá para presídios federais há alguns meses. Mas não houve tais informações em relação a Altamira.

"Essas transferências tiveram o efeito de, além das ações do governo estadual, de impedir aquelas rebeliões. Mais recentemente houve esse acontecimento trágico, de presos de facção se matando. Não havia informação de inteligência antes do governo federal. Não tinha também do governo estadual", afirmou o ministro.

Moro citou a portaria assinada por ele na terça-feira (30), autorizando o uso da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) no Pará, a pedido do governador Helder Barbalho (MDB). O ministro afirmou que a FTIP vai ajudar inclusive no treinamento de agentes penitenciários de um concurso público que está perto de ser finalizado no estado. Disse ainda que a inauguração de novas unidades prisionais no Pará, o que deve ocorrer em breve, provavelmente vai ajudar a atenuar o problema.

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Por fim, Moro lamentou o ocorrido em Altamira, mas disse que o Ministério da Justiça e o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) estão tomando todas as providências necessárias.