Em meio aos surtos de Covid-19 que provocaram a suspensão de cruzeiros, o ministro do Turismo, Gilson Machado, quer que as regras de controle da Covid-19 sejam flexibilizadas em viagens do tipo. Para ele, o governo deve adotar um protocolo mais leve, com limite maior de casos confirmados para manutenção dos passeios.
"É preciso adequar [a portaria] com a ômicron, porque ela não está gerando pressão nos hospitais. Mas a palavra é do ministro da Saúde. Eu torço para que haja esse entendimento", disse Machado à Folha de S. Paulo. A ômicron foi classificada como "variante de preocupação" pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem demonstrado rápida capacidade de transmissão no mundo, mas possui menor gravidade que a variante delta, por exemplo.
Ainda assim, o desejo do ministro vai na contramão da recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Neste fim de semana, após interromper as operações de dois navios, a Anvisa recomendou ao Ministério da Saúde a suspensão da temporada de cruzeiros
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Diante da repercussão da medida e da identificação de surtos de Covid-19 em outros navios
, a própria associação que representa as companhias de cruzeiros, Clia Brasil, anunciou a suspensão das atividades
até o próximo dia 21. A decisão foi adotada junto com o govero federal, conforme divulgado pelo Ministério da Casa Civil.
Em nota assinada também pelos ministérios da Saúde, Infraestrutura, Justiça e Segurança Pública, e Turismo, a Casa Civil afirma que se reuniu com secretários de Saúde de estados e municípios para discutir o plano de operacionalização da atividade de cruzeiros. Os encontros devem ser mantidos nas próximas semanas para que as autoridades reavaliem a situação.
De acordo com a publicação, a proposta do ministro do Turismo não deve ser aceita. Em geral, o argumento é de que seria mais eficiente garantir o cumprimento das regras atuais. Além disso, membros do governo defendem que os municípios aceitem o desembarque de passageiros que testarem positivo dentro dos cruzeiros.