O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub corre risco de ser deportado dos Estados Unidos se tiver utilizado uma brecha pelo fato de, oficialmente, ainda ser funcionário do governo quando pousou no território norte-americano. Weintraub deixou o Brasil na sexta-feira e foi exonerado neste sábado , apesar de ter anunciado sua saída do ministério ainda na quinta-feira.
O governo americano fechou as fronteiras do país a brasileiros por conta do coronavírus, com uma exceção para funcionários governamentais com passaporte diplomático. A norma, porém, determina que aqueles que "contornarem a aplicação dessa proclamação através de fraude, deturpação intencional de um fato material ou entrada ilegal serão prioridades na remoção pelo Departamento de Segurança Interna".
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Procurado, o MEC disse não ter informações sobre o tipo de passaporte usado por Weintraub para sair do país e entrar nos Estados Unidos . O Itamaraty não retornou o contato do GLOBO. Não se sabe, portanto, como Weintraub conseguiu contornar a proibição de que brasileiros viajem aos Estados Unidos.
Blogueiros bolsonaristas vêm defendendo nas redes sociais a tese de que Weintraub é "exilado político", e que ele deveria pedir asilo ao governo norte-americano por, supostamente, estar sob risco de ser preso no Brasil. O governo do presidente Donald Trump mantém boas relações com Jair Bolsonaro.
Como indicado do governo brasileiro a uma vaga no Banco Mundial, ele poderia ainda alegar seu enquadramento na categoria de funcionário de organismo internacional. Nessa condição, no entanto, Weintraub poderia ser questionado pelo fato de sua ida ao banco ainda não ter sido oficializada.