Edição extra do 'Diário Oficial da União' publicou a exoneração de Weintraub do Ministério da Educação pouco antes das 12h deste sábado (20). A versão eletrônica da publicação foi ao ar pouco depois de divulgada a informação de que Weintraub havia chegado aos Estados Unidos.
Segundo a assessoria do Ministério da Educação, Abraham Weintraub chegou na manhã deste sábado (20) a Miami. Mais cedo, o irmão do ministro, Arthur Weintraub, assessor especial da Presidência da República, já havia publicado mensagem em rede social na qual afirmava que ele havia deixado o país: "Obrigado a todos pelas orações e apoio. Meu irmão está nos EUA".
Weintraub deixou o país no mesmo dia em que o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) protocolou no STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de apreensão de seu passaporte para evitar que ele saísse do Brasil.
Como ministro, Weintraub tem passaporte diplomático, o que pode ter facilitado a sua entrada nos EUA, mesmo com as restrições motivadas pela pandemia da Covid-19.
Weintraub responde a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal
O ex-ministro é investigado em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal e apura a disseminação de fake news
e ameaças a ministros do tribunal. "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF", afirmou em reunião ministerial em 22 de abril.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, pediu a retirada de Weintraub do inquérito, por meio de um pedido de habeas corpus, mas, na quarta (17), por 9 votos a 1, o STF rejeitou.
Ele também responde a outro inquérito no Supremo, este a pedido da Procuradoria Geral da República, para apurar suposto crime de racismo. Em abril, Weintraub publicou mensagem em uma rede social indicando que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise do coronavírus. Na mesma postagem, ele ridicularizou o fato de alguns chineses, quando falam português, trocarem a letra R pela letra L.
Nas redes sociais, oposição criticou a saída de Weintraub do Brasil.
Você viu?
Weintraub vai assumir cargo nos Estados Unidos
O Banco Mundial recebeu, nesta sexta-feira (19), a indicação do governo brasileiro para que Abraham Weintraub passe a integrar os quadros da instituição. Em nota encaminhada à imprensa, o Banco disse que recebeu uma comunicação oficial das autoridades brasileiras que indica o Sr. Abraham Weintraub para Diretor Executivo, representando o Brasil e demais países do seu grupo (constituency) no Conselho de Diretores Executivos do Grupo Banco Mundial.
O tempo de seu mandato, no entanto, não passaria de três meses. "Se eleito pelo seu constituency, ele cumprirá o restante do atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020", diz a instituição, ressaltando que, daqui a quatro meses, "será necessária uma nova nomeação e nova eleição."
Confira a nota na íntegra
"O Banco Mundial recebeu uma comunicação oficial das autoridades brasileiras que indica o Sr. Abraham Weintraub para Diretor Executivo representando o Brasil e demais países do seu grupo (constituency) no Conselho de Diretores Executivos do Grupo Banco Mundial. Se eleito pelo seu constituency, ele cumprirá o restante do atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando será necessária uma nova nomeação e nova eleição. Diretores Executivos não são funcionários do Banco Mundial, mas representantes dos nossos 189 acionistas."