Celso Sabino, atual ministro do Turismo do governo Lula
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Celso Sabino, atual ministro do Turismo do governo Lula


O ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), anunciou nesta quarta-feira (8) que continuará à frente da pasta até o ano que vem. A decisão vai contra a ordem da direção do partido, para que os filiados deixem seus cargos no governo Lula (PT).

"Pelo bem do turismo, dos serviços, pelo bem do povo do Pará, vou permanecer no governo", disse a jornalistas, complementando que o partido tomou decisões "açodadas" e que pretende continuar nele por meio do diálogo.

Sabino é alvo de um processo que pode levar à sua expulsão do União Brasil, que será analisado hoje pela cúpula da legenda. O trâmite aponta "infidelidade partidária" por parte do ministro.

Ele chegou a pedir demissão do governo em 26 de setembro, mas recuou e anunciou sua permanência cargo até abril do próximo ano.

Ao anunciar sua decisão, o ministro fez referência ao Dia do Fico, quando Dom Pedro decidiu que não cumpriria ordens da Coroa Portuguesa e ficaria no Brasil.

"Fico, tenho confiança do presidente Lula, tenho apoio da maior parte da bancada. Tenho buscado esse entendimento no partido. Acho que é possível o diálogo, vim pessoalmente apresentar minha defesa" , afirmou.

O ministro ainda disse que pode apoiar uma eventual candidatura de Lula à reeleição em 2026.

"Fico ao lado do presidente Lula por entender que é a melhor opção para o Brasil. Não resta dúvida ao Brasil que esse é o melhor projeto", afirmou.

Afastamento de Fufuca

Também nesta quarta, o partido Progressistas (PP) afastou o ministro dos Esportes, André Fufuca. A decisão foi comunicada pelo presidente da sigla, Ciro Nogueira, e ocorre após o ministro declarar estar "ao lado" de Lula (PT) e não desembarcar do governo, como pedia a legenda.

"O Progressistas comunica que, diante da decisão de desobedecer à orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido", diz a nota de Ciro Nogueira.

O líder do PP também anunciou que irá intervir no diretório da sigla no Maranhão, antes sob o comando de Fufuca.


"A Direção Nacional do Progressistas realizará, ainda, intervenção no diretório do Maranhão, retirando o ministro do comando da legenda no estado. O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática", diz a nota.

Tensão partidária

Sabino e Fufuca estão em uma "encruzilhada" com seus partidos: em setembro, a federação partidária formada pelo União Brasil e pelo Progressistas (PP) decretou que seus filiados deixassem seus cargos no governo do presidente Lula - uma estratégia das siglas para as eleições do ano que vem.

Em comunicado, a federação disse que  "em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta Federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto".

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