
O Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo informou, nesta terça-feira (7), que a perícia realizada em bebidas apreendidas durante a crise de intoxicação por metanol indica que a substância foi adicionada de forma intencional, e não resultado do processo de destilação.
Em nota, o órgão explicou que foram analisados dois grupos de garrafas de bebidas alcoólicas destiladas, coletadas em fiscalizações na capital paulista - ao todo, 16 mil garrafas foram apreendidas desde o dia 29, segundo o último balanço do governo estadual.
"Até o momento, dois grupos de produtos periciados apresentaram resultado positivo para metanol, em volume acima do permitido pela legislação. Os laudos foram encaminhados à Polícia Civil para subsidiar as investigações e o esclarecimento dos fatos" , afirmou o órgão.
"Pode-se afirmar, até o momento, e de acordo com as concentrações encontradas, que o metanol foi adicionado, não sendo, portanto, produto de destilação natural" , complementou.
O Instituto não divulgou quantos produtos foram analisados, os locais onde foram apreendidos ou o tipo de destilado.
Intoxicações em São Paulo
O metanol é usado em processos industriais e, por ser altamente tóxico, pode causar cegueira, coma e até morte. Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, o Brasil registra 217 notificações desse tipo de intoxicação. Dessas, 17 foram confirmadas e 200 permanecem em investigação.
Ainda segundo a pasta, 82,49% das ocorrências estão concentradas em São Paulo. Ao iG, a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo (SES-SP) informou que o estado contabiliza 176 casos de intoxicação por metanol, sendo 158 em investigação e 18 confirmados.
Os óbitos somam 10, sendo três confirmados e sete em investigação. Com relação aos casos descartados, o total é de 85.